Por que será que nunca usei relógio? Por que será que demorei tantos anos para aprender a ler os ponteiros e para ter noção do tempo em geral?
Será que como negação da mortalidade do meu ser? Como tentativa de lidar com o passar dos dias de forma mais pacífica? Para me dar a ilusão de que nenhum tempo foi perdido, exceto o que já é passado, e que este pode ser recuperado um dia, vivendo-se o que não foi vivido?
Será que olho pouco para os mostradores para que talvez as horas passem mais devagar e eu consiga não pensar demais? Será que os pôres-de-sol pouco me significam ou dizem quando estou com ele porque quando estamos juntos os espaços curtos se fazem casa das eternidades?
Será que lembro tão facilmente de datas por isso ser parte do meu processo de dar sentido à minha vida? Será que para me mostrar que o passado sempre estará presente, mesmo não sendo em muita coisa como eu queria que fosse?
Será que sou assim na tentativa de viver o momento?
25/12/2017
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Rocha
Deixo a luz do sol bater um pouco a cada vez sobre as várias faces e ranhuras lapidadas por tempo e destino para que ilumine e penetre a gra...
-
Olá, meu anjo. Que saudade… Um dia, quero perceber que o silêncio é o bastante para nós. Talvez já seja, não sei. Mas quanto isso, a gente...
-
Então, gente... Sou MEI agora! Faz um tempo que estou para contar que na finaleira do ano passado abri meu CNPJ como redatora, desde que a ...
-
Obrigada, pai, por andar por aí e do nada acordar tremendo, com febre, e ainda ter a audácia de ser teimoso. Obrigada por fazer a mãe se pr...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pelo feedback!