quarta-feira, 12 de outubro de 2022

The day of Passion

I hear the song of your name
belted in the mouth of many
in its true form of holy plenty
and nothing will be the same.

For I know the reckoning has come -
once and for all, finally
what is done cannot be undone
as you take this ever so gracefully.

You won't let them avert the eyes or run
while you show how to let go of the old
bearing your claws and wrapping the gold
of jewels around the neck and skin to the sun.

Yours before belonging to any other man
to which I gladly bear witness
standing in awe of you yet again -
another small thing not asking forgiveness.

 

12/10/2022

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Eternity ring

 Be the good boy
who remembers the stake,
do us a favour
of not that much.

While you take
let nothing go to waste
in the bliss
of a slow kiss
or under your hungry touch.

The thing you most enjoy
must be the holy taste
you get to savour
in the time I'd like you to spend.

For inside what others are unable to see
and what I allow you to be
they don't know that the truth for me
is that the dawn is not always the end.

24/08/2022

sábado, 13 de agosto de 2022

Vigília

Eu, de todas as pessoas,
construindo muros
para proteger
o que tem muitos nomes
e não precisa de defesa

quando em verdade
a tua boca não se arrepende
da palavra que usa
é a minha
que não se falta do que a fez
implorar

como se o nomear de alguém
e de um dia de outubro
fosse a senha
para a fortaleza de todas as coisas
de que não desejo escapar...

Não mais.

13/08/2021

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Anatomia de um quase corpo - resenha

Anatomia de um quase corpo é um romance recentemente publicado por Yara Fers de forma independente na Amazon KDP e concorre ao Prêmio Amazon de Literatura.

Um romance bastante curto e escrito em primeira pessoa, se utiliza de uma mistura de linguagem oral e informal e da ênfase imagética e dos recursos linguísticos que tendem a ser encontrados na poesia para contar a história de uma jovem em meio a várias pequenas mortes... E a vida que há entre todas elas.

Yara divide o livro em capítulos igualmente curtos que vão e voltam no passado, cada um focando num aspecto especial da rotina e de acontecimentos relevantes na vida da protagonista Bárbara conforme ela reflete sobre os antecedentes e consequências do acidente que a faz perder um membro do corpo.

Os títulos dos capítulos parecem algo aleatório e estranho a princípio, mas nada mais são do que a indicação do foco do capítulo e um adendo ao aspecto poético do romance, cada um como um verso do poema resultante da beleza e aspereza encontrada ao longo da jornada.

É justamente a perda do braço durante um dia de trabalho que faz com que a protagonista se veja notando e questionando a vida que levava até ali, bem como aprendendo a apreciar nasceres de sol, cervejas e notas de música (e talvez se obrigando a fazê-lo).

Com a deficiência vem o olhar distorcido sobre si mesma e aquele vindo das outras pessoas, a raiva pelo que se perdeu e talvez nunca acontecerá, o lidar com a culpa que não se sabe em quem colocar, o afastar-se daquilo que nos fazia bem por achar que aquilo não mais nos pertence... Até entendermos o que fica.

Yara aborda essas questões de modo muito realista e delicado, sem o sensacionalismo da superação de obstáculos que costumo ver na televisão e detesto tanto como mulher quanto como portadora de deficiência. O foco aqui está na cura de n outras coisas que a amputação apenas amplificou. A busca por paz interior e pertencimento dentro de si e do todo através do banal.

Acredito que esse livro possa agradar quem queira ler histórias escritas por mulheres sobre o ser mulher; a quem tão frequentemente parece que algo falta por causa das escolhas que fazemos. Que quer ler histórias sobre pessoas comuns, de vida comum, e que amem a vida (ainda que não amem a vida que tinham). Isso foi o que mais gostei no livro... Porque corpo é sempre corpo.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

21/07/2022

 Qual é realmente o meu maior medo? 

Não ser livre? Ficar sozinha? 

Não ser amada por inteiro? Tudo junto?

- trecho do meu diário

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Como "Quando o risco vale a pena" foi publicado?


 
 
A verdade é que QORVAP carrega mais história consigo do que parece.
Escrevo poesia desde muito jovem e desde então fui incentivada a arquivar meus escritos na internet - foi daí que nasceu o meu blog.
Logo começaram a me dizer que eu devia tentar publicar, mas no fundo eu sabia que aquilo que eu tinha ainda não era bom o bastante. Se fosse para publicar, teria que ser com material muito melhor que aquele... E assim os anos se passaram.
Foi por volta de 2017 que comecei a reparar em textos um pouco mais antigos e nos que vinha cunhando recentemente e vendo potencial neles.
Comecei a reunir esses textos aos poucos e, mais para o final da jornada, pedindo feedback amigo. Encarei aquilo como outro dos meus impulsos, mas pelo menos era um que não afetaria ninguém a não ser a mim.
Foi daí que veio o nome do livro. Desta vez valia a pena o risco de rabiscar versos e tentar espalhá-los por aí como uma obra. Valia mais a pena fazer isso com poemas do que com uma história.
Depois que os textos foram selecionados, optei pela autopublicação devido a histórico ruim com editoras no passado. Mas mal sabia eu do esforço que isso precisaria.
O tempo passou e resolvi explorar outras áreas que se utilizam de escrita e estudar o meu curso dos sonhos, que era tradução de inglês... Mas eu também já tinha ouvido falar na @editorapenalux .
Sem pretensão nenhuma, só para ver o que acontecia, enviei o material que já tinha para o e-mail da editora. Não tinha tempo nem cabeça de bolar um livro novo e estava basicamente pensando na poesia como outra fonte de renda.
Em novembro eu recebi a resposta e hoje este trabalho possui mais corpo e respeito do que jamais teve. Se eu morrer amanhã, sem dúvida o risco de ter confiado nos meus instintos vai ter valido.

sábado, 14 de maio de 2022

Profecia

Eis
que nos instantes de calma
se fazem os levantes
que reescrevem
as leis
da alma
em novos poemas
sobre as linhas
da palma.

 

14/05/2022

domingo, 17 de abril de 2022

A morte da morte

 Depois de morto
o morto ainda vive

do próprio nome em outro corpo
escrito em caligrafia que o tempo não comeu

da data que se lembra
e da que se quer esquecer

do tato que o olho reconhece
por sobre o inanimado

do brilho que pode a si ter voltado
ou envolvido outros dedos

do paladar doce, exigente
de quem dele só viu imagem

da surpresa da falta maior
do que a que o costume dita.

E o morto ainda viverá
até ser menos do que o que resta do seu fogo.

O morto apenas morrerá
na morte do que dele ficou. 


16/04/2022

sábado, 16 de abril de 2022

Sina e espera

 I

até que o som ultrapasse a fronteira
dos lábios
e deixasse de ser símbolo
e cor

haveria a confissão invernal
feita de corpo sobre outro corpo
e silêncio -
o frio como motivo e testemunha.

II

até que Eco repita o final da frase
sabendo bem que o que diz
é vontade erguida do reflexo de Narciso

bastará a palavra que entre nós sempre foi.

 

16/04/2022

terça-feira, 12 de abril de 2022

Elevation

Upon the touch of the night
with its warmth,
lies love's birth.
 
Nothing matters,
nothing bothers,
the truth takes a new flight.
 
And possessed of a greater might,
what once was wrong
in its pale skin is told to belong
embraced by dark and bed,
paying its only debt -
 
assuming its real shape and light. 

12/04/2022

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Lua negra

Morrem esvaídos em sangue
o teu beijo mais quente,
tua mão mais solta
e a tua chegada ao centro de mim
pela mais suja das palavras.

No teu lugar,
apenas o querer que não se faz.

11/04/2022

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

08/02/2022

 Sou livro aberto 

e quase que de capa rasgada 

mesmo sem querer, às vezes.

- trecho do meu diário

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Liquefeita III

Diante da tua palavra
teu amor me escorre pelos olhos
e sou pouco mais que mar

que uma e outra vez
por comando e vontade
cresce, se sabe e se quebra
 
apenas para se refazer
sobre a palma que parte estas águas
e que no caminho que se abre
aprendem uma nova respiração.


25/01/2022

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Mitologia

além dos declives, depois das pontes
acima dos vales
e por trás dos ramos
não encontrarás Jocasta

(sua sina já se cumpriu)

e ainda assim terias abrigo
dentro de tudo o que sou
e o que fizeste de mim

para orações sem fé
o cansaço a quem não deram nome
o amor que me tens
as certezas que hão de chegar com a próxima lua

e quem sabe olharemos nos olhos da eternidade
ainda que estas colunas desabem
sobre nós dois.

 

25/01/2022

Rocha

Deixo a luz do sol bater um pouco a cada vez sobre as várias faces e ranhuras lapidadas por tempo e destino para que ilumine e penetre a gra...