quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Contrapasso

I
Since we both mattered,
the doubts were gone.
Except this time it was I
who sat with you,
not the usual opposite.
It was I who asked you on a dance.

Since you never cared,
we just went on and on...
As if we would never die
and the sky was always blue,
wishes never moderate.
Ours was all patience.

II
And it was I who followed,
as pleased by the request
as the warmth that accompanied it.

The sweetness and fluidity -
our dance was something we held
close to each other
close to our hearts
with each step
it was you who asked me on a dance.

And with us there, was the unexpected
turned into a place of rest
for partners to meet...

The blues
that don't make you blue
but come together and smile
at the spin of a whisper.
I lost all I could lose
and was left with us two
sliding along the aisle,
running away from winter.

- L.B.S. and DeltaLambda

30/10/2018

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Our silence and stars

I am not of many words today.
You want an answer from me?
Good luck.

Give me your silence.
And a smile.
That is all I need.

You sit here beside me,
I smile too.
You are golden.

Questions are way more important.
They are the silver of the world.
Of your eyes.

Answers in the tilt of head.
More questions spill forth.
Everlasting conversation.

A language eager tongues and beasty hearts are yet to learn.
It's not me the golden one, my dear.
It's your mouth without fear.

Equal in shine.
We two look like a binary star system.
An orbit, a dance, encircling a point of dear silence.

Isn't that what love is?
What if the answer is you, or this?
I had nothing to ask either, anyway.

Your presence here is enough for me.
I may not dance often, but my soul, in its brightness, is quenched by this and dances about.
Dancing with a silent melody.

Every soul's right and duty -
nothing left for mine to do when given the chance.
If you really are to stay, so will I since I saw you, damn the distance.

30/10/2018

- L.B.S. and DeltaLambda

domingo, 28 de outubro de 2018

Gesture of courage

Yes, sir.
I'm looking right at you.
At this picture,
at this fracture
of the now.

You are piercing me
in the soul,
yet here I am.
I swear it's true,
I'm not running away.

28/10/2018

domingo, 21 de outubro de 2018

Das dificuldades de ser artista

Principalmente desde que publiquei meu primeiro livro de poesia (que pode ser adquirido aqui), de forma independente, sabia que as praticidades da possibilidade viriam com um preço: absolutamente tudo a respeito deste projeto de que tanto me orgulho ficaria por minha conta. O que, apesar de tudo o que ainda tenho de melhorar em termos de marketing pessoal, fez com que eu pensasse no assunto porque, pela primeira vez, eu teria a sensação de que minhas palavras pertencem a mim mais do que nunca. E é verdade.

Mas, como mais uma entre muitxs artistas que tentam ter algum tipo de renda através daquilo que mais lhe dá prazer, algumas constatações vêm me ocorrendo e obviamente não me fazendo desistir do ramo, mas me levando a muitos questionamentos de como a classe em geral (e especialmente aqueles na mesma situação que eu) é vista. Especialmente nos tempos atuais, com o advento da internet.

 Eu venho de uma cidade não muito grande, no interior do meu Estado, geograficamente bastante distante mesmo da capital Porto Alegre. Tanto assim, que nem mesmo sei se este artigo será lido. Ou seja, a geografia já não me ajuda. Quando publiquei um romance do qual muito me arrependo em 2013 e passei por alguns perrengues no processo, praticamente todos, se não todos, os livros que vendi, foram para pessoas que eram minhas conhecidas. Com certeza muito também porque o livro era físico e porque gastei dinheiro que nem era meu para fazer um evento de lançamento; que foi pago com cem por cento do lucro das razoáveis vendas daquele dia.

Quando decidi publicar meu ebook na Amazon, com toda a convicção do mundo, sinceramente pensei que as mesmas pessoas acabariam adquirindo o livro. Ainda mais por ser de poemas e eu já ter sido de certa forma cobrada a publicar algo do gênero. Mesmo sendo digital. Mesmo não sendo logo de imediato após o lançamento. Mas por enquanto, seis meses depois, nada disso aconteceu, nem por parte delas, e eu me questiono o motivo.

Falta de hábito de leitura? Falta de um evento de divulgação? Crise econômica, mesmo ele sendo muito mais barato do que o meu velho romance? Falta de livro físico? FALTA DE INTERESSE?

A possibilidade da falta de interesse fica clara para mim quando lembro que esta semana um pintor amador dos EUA, que até aquele momento havia vendido seus quadros apenas a pessoas próximas, viveu a maravilha de ter duas peças vendidas a uma jovem celebridade do outro lado do mundo, que nunca o tinha visto antes, por 400 dólares cada uma, em pessoa, porque achou justo, sendo que o mesmo rapaz poderia ter adquirido qualquer outra coisa ou mesmo comprado as obras por pena do artista (o que, conhecendo o histórico do sujeito, com certeza não foi o caso).

Não posso nem imaginar a alegria do homem. Sempre que me for possível, procurarei fazer o mesmo, seja como presente ou para minha coleção pessoal, e com a mesma intenção do rapaz, e não só por estar na mesma posição. Por experiência própria sei que muitas vezes joias que tocam fundo em nossos corações podem ser encontradas nos lugares mais inesperados. O fato de eu até agora não ter conseguido vender sequer um livro para alguém próximo a mim e que diz apoiar a minha escrita me faz sinceramente questionar se tal apoio é verdadeiro. Claro que não se trata apenas disso, mas se não fosse, não estaria à venda e não teria me dado o trabalho de fazer tudo isso quando já está tudo publicado de graça e com prazer no blog. Não importa quando nem como, queremos apoio concreto daqueles perto de nós com relação ao nosso trabalho – e isso inclui divulgação e coisas do tipo.

As pessoas não fazem ideia do quanto não ser renegado assim nos ajuda tanto na parte burocrática e prática da coisa, quanto na motivação para seguir adiante. E do quanto dispensamos tudo isso. Queremos gente que se importe conosco e com nossa arte. Que hajam menos Vincent van Goghs neste mundo, sendo reconhecidos tarde demais. Os tempos sempre foram difíceis para nós...

21/10/2018

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Fragmentos, I

Por um beijo ou outro
eu pagaria um verso
talvez sem sentido ou disperso
para tu levares no bolso.

Num pedacinho desse papel
que tu nem sabes que exerceu
quando veio e quis ser meu
isso que tu tens, esse mel.

Tantas são mais lindas
nos teus lábios
do que nos que se acham tão sábios
com suas falas medidas.

Pois que o amor da tua boca
não é em vão
nem sufoca
com mero jargão.

19/10/2018

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Rendição

Vulnerável, nua,
tão tua
na tua mão
de seda
onde meu coração
se enreda.

E me visto
dentro disto
que já não é acaso,
mas sorriso,
flor de vaso
em sacrifício.

09/10/2018

sábado, 6 de outubro de 2018

Das tantas singularidades

Acho que há uma beleza na constatação de que, talvez, por mais que eu leia a letra daquela música milhares de vezes, eu não consiga estabelecer interpretações e significações específicas e fixas para ela por mim mesma, mesmo sabendo que por natureza ela possui muitas palavras e ângulos de visão (o que já gosto muito em si)... E como mesmo estes mudam....

Mas isso não me impede de me sentir tocada por ela em todas as suas características. É interessante perceber como ele é outra dessas tristonhas que acabam sendo cantadas de forma bem sensual - talvez para destacar a melancolia.

À primeira vista ela me pareceu ser uma pessoa se queixando para outra de que deu tudo de si com relação àquela dinâmica, mas que isso não foi valorizado... Foi tratado como se não fosse importante, e a única solução do eu-lírico é voltar-se para si mesmo de modo a curar essas feridas.

Acho que se olhar de novo para ela, pode ser que veja outra forma de significá-la, e isso não deixa de ser algo bom. Vamos ver...

Talvez o som que o eu-lírico ouve e que o impede de dormir seja a rachadura no lago congelado onde ele percebe que as circunstâncias o colocaram e que o afoga para impedir que ele se expresse livremente, porque de alguma forma aquele contato é tóxico.

O som é importante e não-familiar e por isso não o deixa dormir, de modo a fazê-lo perceber a situação em que se encontrava e esforçar-se para sair dela. Mesmo de vez em quando ainda se questionando se vale a pena se submeter àquilo tudo e se o próprio questionamento faz sentido, ele sabe que um dia a dor acabará e ele reencontrará seu ser e sua voz.

06/10/2018

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

04/10/2018

Tantas de nós fomos criadas achando que respeitar 
é engolir tudo e baixar a cabeça, 
que quando a gente faz o contrário
diz que somos revoltadas 
ou qualquer coisa do tipo... 
Eu estou percebendo isso com o tempo.

Rocha

Deixo a luz do sol bater um pouco a cada vez sobre as várias faces e ranhuras lapidadas por tempo e destino para que ilumine e penetre a gra...