terça-feira, 31 de outubro de 2017

Alguns falsetes de poema bêbado

A vida não é justa...
O copo sempre esvazia,
a noite acaba em dia,
a mentira é bandida e custa.

A vida vem e susta...
O tamanho da ironia
de tudo o que ainda se queria
talvez apenas seja quimera augusta.

A vida, pequena tão robusta...
A ponto de dar fobia
a cada louca  revelia
de deixar alma exausta.

20/09/2017

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Semeadura

Eu semeio cada silêncio
porque em cada palavra há segredo
que admiro, que percebo,
luz de espaço vazio.

Eu o saboreio
para ouvir toda voz
escondida no eco veloz
estranho ao ouvido alheio.

Eu o anseio,
eu o guardo
para contornar o feio
e não ser sempre um fardo.

06/07/2017

domingo, 29 de outubro de 2017

Ego te absolvo

A ti eu cedo um abraço
para de mim não esquecer
e saber o que mereço ser -
jamais um qualquer ou palhaço.

Faço de ti um futuro amor
de que preciso e até mereço
por mais alto que seja o preço -
nada tenho sem tal ardor.

Que tu sejas maior sossego
na conquista do que é meu
quando chegar o grande breu -
assim festejo este ego...

08/09/2017

sábado, 28 de outubro de 2017

Prova de dignidade

Claro que cada um tem a sua sorte e ninguém pede para ser ou nascer do jeito que é; também existe muito no qual tentamos pensar no lugar daquilo que não podemos fazer - pelo menos em experiência e na maior parte do que ouço falar.

Detesto quando usam comigo ou outra pessoa a palavra superação... Como se a gente não fosse de carne e não quisesse viver - às vezes sentindo nojo de si mesmo e do mundo, sim - e fôssemos heróis que tivessem que mostrar para as pessoas que tudo é possível.

E o engraçado é que essa palavra e outras como "exemplo" não são usadas para descrever aqueles que não lidam bem com suas limitações; os casos em que infelizmente a pessoa pensa em morrer porque não enxerga perspectivas de vida normal e coisa do tipo... O que ouso dizer que ocorre justamente muito por causa dos olhares do mundo.

É ridículo que, devido às atitudes mesquinhas de alguns que, por exemplo, ocupam as vagas reservadas na rua e em lugares públicos sem precisar das mesmas, e que compram adesivos sinalizadores quando não possuem deficiências nem são idosos (nem disso não duvido mais), eu seja obrigada a carregar comigo um pedaço de papel para comprovar que sou deficiente!

Isso não deveria ser bandeira que tivéssemos que desfraldar a cada vez para termos o mínimo de respeito; somos tão mais que isso. Imagine quando eu for mais velha; será que vou precisar de cartão de idoso também?

Não posso nem imaginar o quão desconfortável seja para quem tem uma deficiência menos aparente que a minha.

Ninguém deveria ter que passar por isso, mas já que a falta de bom senso alheia nos obriga, que assim seja. Que o preço da provação desnecessária seja o constrangimento daqueles que se atrevem apenas a olhar para o próprio umbigo e com isso tentam nos dificultar ainda mais a vida. Porque sim, deficientes e idosos vão à faculdade, restaurantes, médico, bancos e todo o resto como todo mundo. Não vivemos num mundo alternativo em que jamais queremos ou precisamos sair de casa.

A igualdade não significa a mesma medida para todo mundo, mas medidas diferentes que compensem a dificuldade de cada um; é só isso que exigimos e que se não cobrarmos minimamente, nunca um privilégio do governo ou favor; só será entendido como realmente necessário quando algo do tipo acontece em sua própria família. Não queremos a sensação de que estamos atrapalhando ou que estamos dando trabalho para os outros e sim poder viver num mundo com menos obstáculos - já bastam aqueles que o corpo nos dá.

31/08/2017

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

26/08/2017

A liberdade finalmente encontrada 
bem utilizada só pode fazer a gente feliz...
A gente no fundo sabe quem é,
mas o mundo faz a gente se esconder
e ter medo disso e de ir atrás
de como viver de acordo com isso.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A tragédia Romântica de Romeu e Julieta

Talvez a tragédia de Romeu e Julieta seja mesmo Romântica, mas ao contrário de muitos, escolho usar o R capital por ir além do que ouso dizer ser o aspecto mais óbvio, superficial e visível de uma história entre pessoas que se veem apaixonadas.

Boa parte do Romantismo, creio eu, se sustenta justamente com a tragédia que ocorre.

Quando se vê que não só não se pode viver sem aquele alguém, como perceber que mesmo na morte a beleza e pureza da pessoa não se perderam e até se realçaram, apesar da dor que se sente da ausência. Que mesmo esta dor pode ser bela...

Quando se percebe que para jamais perder a chance de manter o objeto de amor por perto e apreciar tudo o que te apaixonou... Se é na morte que se pode finalmente viver esse amor, que assim seja.

É o preço que se paga por saber ser ingênuo pensar, que, no idealizar de uma vida perfeita se pudessem ficar juntos, o fogo daquela paixão seria o suficiente para purificar as duas famílias e reduzir as inimizades a pó. De que seria suficiente... E de certa forma foi.

Talvez tenha sido o afã do que bastava que originou o plano mal-fadado, apesar da decisão acertada de fugir. E que sejam mesmo dos impossíveis e dos "e se" de que nunca saberemos que nascem os grandes Romances.

22/08/2017

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Achille's deadly tango

Take these swift feet
for a last dance -
a last feeling of the beat
as soon as you have a chance.

Do not let them go -
but only if they are young,
as them there are none among
and have stepped glory's flow.

20/08/2017

domingo, 22 de outubro de 2017

Para tudo há um tempo

No desfile dos anos
eu soube das horas.

Oito para nomear os agoras
em que ainda estamos.

Nove para conhecer o amanhã
que ainda virá.

19/08/2017

sábado, 21 de outubro de 2017

Inadequação

Se o mundo
não me quiser,
eu tenho a mim.

Eu aqui vagabundo
do jeito que der
o ruído do latim.

16/08/2017

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Ontology

Song of black dress
trailing through the leaves, dead
clinged on every other thread
in seek for a mistress.

Song of heady scent
carried out by the wind
daring once to be so kind
as to take me where it went.

By all Means I followed
the trail, the songs, the voices,
unveiled misteries and choices
and saw Beauty worshipped

Like never, before my eyes -
faith I thought forgotten
burned in ages rotten
myth of gods that fall to never again rise.

16/08/2017

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

No susto

Ah, que susto eu levei
quando até do que mais amava
e me fiz tão livre escrava
indiferente me afastei!

Quando quase esqueci da beleza
e os velhos encantos vi roubados -
em seu lugar, meros simulacros
nutridos em raiva, medo e tristeza.

Perguntava-me: "Quem é esta
que até de si esqueceu
quando a leoa adormeceu
no mais escuro da floresta?"

16/08/2017

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Ideal

Coração feito tão manso,
refletido na minha fala
de poema que não se abala
na busca de cada descanso.

24/07/2017

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Um brinde

O cobrar é tão doce
por um verso, branco que fosse,
que não a faz nem de longe credora
das parcas rimas que eu já lhe trouxe.

Como tantos outros antes de mim
para a oferecer não tenho quase nada
a não ser um coração que a adora
e a poesia na espera gestada.

Então toma, outra vez, de graça
palavra minha que vem e te abraça -
lembrará ela do início?
Líquido novo servido na mesma taça.

16/08/2017

- Para Maria Eduarda

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Quadra penosa

Sem penas peguei na pena
para da tua pena dizer
que ela não me vale a pena
se por ela tu fores permanecer.

15/08/2017

domingo, 15 de outubro de 2017

Alguém que só quer viver

De quando em quando eu penso no arquétipo do Sem-Pernas de Jorge Amado e em como o autor tenta entrar na cabeça da personagem e percebo que entendo completamente sua raiva contra o mundo e principalmente de si mesmo em alguns aspectos.

Do mundo por ter sido abandonado e ter ido morar na casa de alguém que o espancava. De tudo o que o obrigou logo cedo a ter de se virar do melhor modo que pôde com o ônus da limitação física no meio de outros meninos cujo corpo não lhes dificulta mais a vida. De precisar roubar e fazê-lo na casa de pessoas que em sua grande maioria não sentiam mais que pingos de pena dele. Ninguém precisa de pena, muito menos alguém como eu ou Sem-Pernas.

De si mesmo por conta da deficiência e usá-la como facilitador para enganar a única pessoa que talvez pudesse dar-lhe o amor que ele não teve. De alguns dos outros meninos com seus preconceitos velados ou talvez nem tanto assim... Cada um tem os seus e nos resta trabalhar neles, é verdade, mas não significa que não causem menos mal ou que não possam ser notados. Raiva também dos policiais, por tentarem levá-lo embora como fizeram com Pedro Bala para ser tratado pior que um animal no corte da cana passando ainda mais necessidade.

Mas ninguém aprisiona um Capitão da Areia e sai impune. Sendo um, Sem-Pernas teve um pingo da liberdade que todo mundo merece apesar de tudo o que eles precisaram sofrer. A mesma liberdade que não os impediu de desejar uma vida com uma casa, comida na mesa todos os dias e o carinho de uma boa família. Os extremos a que ele chegou são prova de que ainda mais para pessoas como nós, é preferível morrer a saber que não se teve uma vida, que não se lutou pelo que sabia que merecia, mesmo nunca o tendo recebido. Se não foi amado, poderia ser temido e isso era melhor do que nada.

Além do mais, o mundo é mesmo cruel e no fim das contas só nós sabemos o que tal mundo faz conosco. No fundo lidamos sozinhos com tudo o que vem com a deficiência porque é conosco que ela acontece. Para alguns é mais fácil, outros mais difícil. A raiva e a depressão podem acontecer com qualquer um por tudo o que nos traumatiza, amedronta e entristece. Eu mesma já passei por períodos turbulentos que achei que nunca aconteceriam; talvez não pela deficiência em si, mas por coisas que vieram junto com ela, mesmo sempre tendo encarado tudo suavemente, de modo geral.

Talvez eu tenha aprendido isso sozinha, não sei dizer. Só sei que ser assim tem um lado bom, mesmo eu não sendo imune a essas sensações, e que para algumas pessoas é bastante difícil, de verdade. Muito por causa do desconhecimento tanto daqueles à nossa volta quanto às vezes de nós mesmos. Eu mesma só há pouco tempo descobri características gerais sobre casos como o meu de que nem fazia ideia e venho tentando passar isso para aqueles que convivem comigo. Não sei se serei completamente ouvida, mas é melhor do que não dizer nada...

Enfrentar tudo isso e olhar para si e para o mundo ainda com vontade de viver é uma batalha a cada manhã e eu me orgulho disso – ainda mais com meu histórico de ansiedade e princípio de depressão. Mesmo as pessoas com deficiência que têm uma família que lhes auxilia a lidar o melhor possível com tudo isso podem passar por algo similar porque todos somos humanos e complexos.

Isso só me faz querer abraçar o Sem-Pernas e dizê-lo que tudo bem se enfurecer às vezes e ficar triste com o nosso redor; todos nós temos esse direito. Mas que o que mais dói e jamais deveria acontecer é termos ódio de nós mesmos – principalmente pelas coisas das quais não temos escolha ou controle. E que tenho orgulho dele por ter feito por si mais do que eu por mim mesma até hoje.

Eu também mereço me sentir livre e agora que sei que posso realmente alcançar isso, tomara que nada no mundo me impeça de chegar lá.

15/10/2017

sábado, 14 de outubro de 2017

Soneto menstrual

A razão do teu nojo
foi tua primeira casa,
a cinza que te fez brasa
de mais sagrado despojo.

E se pensa mesmo assim,
então tu és filho da sujeira,
da impureza e da barreira
que cegou a razão de Caim.

O que da deusa em mim é prova
da tua vida em inútil asco -
tu és bem mais filho das mães!

Faz-me rir deste fiasco
que insiste e se renova
na farinha dos velhos pães.

07/08/2017

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Uns matam mais que a morte

Mágoas, podres piores ratos
que até a minha morte
hão de roer cada sorte
inteira em seus hiatos.

Até não sobrar aqui mais nada
para os originais vermes
que comem dermes
de alma estragada.

07/08/2017

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Telas deficientes

Com o passar dos anos comecei a reparar de verdade nos programas de televisão, livros e filmes e me incomodar com a ausência de pessoas como eu nas histórias. Pessoas com deficiência existem e estão em todo lugar, basta que se olhe com um pouco mais de carinho. Só no Brasil somos mais de 23% de uma população de mais de 200 milhões, com mais da metade de ambos valores composta por mulheres.

Por mais que hoje já se consiga enxergar uma representação das deficiências aqui e no exterior, com certeza ainda há muito a ser feito, mas não deixo de comemorar os pequenos detalhes e esforços.... Embora eu hoje me questione sobre quando vou ver de verdade a minha deficiência (paralisia cerebral) e outras, como visuais, auditivas e intelectuais, com todos os seus graus e particularidades de pessoa para pessoa, mostradas sem clichês ou auto piedade.

Digo isso porque quase sempre as mesmas pessoas, ricas e brancas, a propósito, aparecem representando as mesmas deficiências... não estou dizendo que para ou tetraplegia não mereçam ser mencionadas, mas que elas não são as únicas! E as pessoas com menos recursos enfrentam as mesmas dificuldades e preconceitos; com o ônus da questão de muitas vezes não encontrarem tratamento gratuito ou de menor custo perto de si, sem contar as barreiras arquitetônicas que não facilitam a independência e conforto de nenhum de nós.

As pessoas não fazem ideia do quão meu coração ficou aquecido na época em que li “Capitães da areia” de Jorge Amado e me deparei com Sem-Pernas – mais um menino do bando de Pedro Bala com sua história desgraçada de abandono pela família, neste caso muito por conta da deficiência. O livro me deu a entender que a personagem possui um dos muitos graus do mesmo que eu, e fiquei ainda mais contente de saber que o ator selecionado para o interpretar no cinema no filme dirigido por Cecília Amado chama-se Israel Gouvea: um filho da Bahia de fato portador de PC. Não havia como eu não me solidarizar ainda mais, porque nós existimos sim.

Se Anakin Skywalker pode perder um braço e mesmo com um de metal virar um Jedi de respeito e até Lorde Sith, por que ainda não temos alguém como eu, uma moça latina com paralisia cerebral derrubando Stormtroopers com tiros de laser numa cadeira a jato ou algo assim? Se temos Caïn na França solucionando crimes de cima da cadeira de rodas manual, morando sozinho e pilotando um carro, por que não podemos ter uma mulher? Se temos um Viking como Ivar conseguindo provar-se como guerreiro e digno de temor e respeito indo para a guerra numa charrete, quando verei uma mulher com as mesmas intenções e determinação de não se sentir menor do que ninguém?

Isso sem contar as deficiências visuais e auditivas: no caso das últimas, a única representação televisiva que me ocorre e que é válida, mas ainda assim com certeza poderia ser bem melhor é a personagem de Mônica Carvalho em Corpo Dourado de 1998, em que ela passa a se comunicar por Libras depois que para de usar a voz por conta do trauma de saber que perdeu a mãe ainda muito jovem. Claro que não posso responder pelos deficientes auditivos, mas é a sensação que tenho.

É lindo que pessoas sem deficiência se coloquem em nosso lugar e tentem emprestar o corpo para saber como nos sentimos, mas claro que nada substitui a chance de alguém que de fato passa por isso poder mostrar que não só as limitações estão aí e merecem aparecer, mas de um ponto de vista mais realista. Por isso me felicita muito que isso tenha sido respeitado na transição do Sem-Pernas da literatura para o filme. Cada um que vive a deficiência o faz e a tem à sua própria maneira e isso precisa ser mostrado.

O que nos resta é torcer e cobrar para que mais pessoas como nós estejam presentes na ficção exatamente como na realidade – ou pelo menos como parte da realidade demonstra, porque até na vida real muito precisa ser mudado. Que o maior número de deficiências e portadores delas em suas muitas variações tenha lugar digno na literatura, televisão e cinema e principalmente na vida, porque temos os mesmos sonhos e objetivos de qualquer outra pessoa.

11/10/17

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Em sacrifício

O riso e o grito
em choque
despedaçam a veste
e talvez algo mais que preste
num grande teste
a um judeu
de quem eu ouvi
dizer que morreu
de amor crucificado
e a outro que vi
que sobreviveu
em delícia eletrocutado.

07/08/2017

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Causa mortis

Me matei
de tanto viver
de cada querer
em outro (a)mar -
só por tentar
já (ins)pirei.

07/08/2017

domingo, 8 de outubro de 2017

Celebração

Da minha vida, o amor
do meu coração, a pureza
de certas horas, a maior beleza
que vive até no fundo da dor.

Do espinho, bela rosa
do caminho, doce paisagem
mesmo em difícil passagem
que só a faz mais poderosa.

Do meu destino, um presente
que não há de ser negligenciado
mas mantido sempre ao lado
para os olhos, nova lente.

03/08/2017

sábado, 7 de outubro de 2017

Eu consigo lidar

Deixe-me em paz com as minhas mágoas, me deixe ficar chateada, querer me proteger e até deixar de perdoar, se for o caso. Não tenho obrigação nenhuma e não se implora o afeto de ninguém; posso ter meu orgulho, mas sei do que sou capaz, a cada dia descubro que posso mais para o bem e para o mal dos outros – estou em todo o meu direito de também me sentir ofendida e até de responder na mesma moeda durante o processo de catarse e amadurecimento de sensações provocadas por situações que não cessam de se repetir.

Foi o que aconteceu.

Sem contar que é a opção mais barata simplesmente dizer que somos iguais; é aí que alguns se enganam. Pelo menos sei que estou enxergando as coisas por outro ângulo apesar de todo o meu egocentrismo. Sei que deixar as coisas como estão não é bom, mas é provável que não dê em nada, que siga tudo acontecendo do mesmo jeito mesmo que eu tente evitar.

O que é reclamar de frieza quando se sabe que se disseram coisas que em hipótese nenhuma devem ser ditas, e se forem, devem ser ouvidas e repensadas, o que não é feito por orgulho, por medo idiota de parecer um fraco que não tem razão? E com isso eu guardo para mim as minhas desculpas neste caso, porque elas pouco valem, em minha opinião, vindas apenas de um lado. E nos outros casos, principalmente, as pessoas podem e até talvez devam ficar ofendidas pelo tempo que quiserem, mesmo que meu ego tente fingir que nada aconteceu...

Mas eu estou trabalhando nisso. Estou vendo o que deve ser feito, é o que quero e tenho a vida inteira para tal. Já alguns... E quem disse que é trabalho da gente consertar os outros?

06/08/2017

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Da distância

Tu te fazes presente
o suficiente
para que tua ausência
não mude a ciência
da constância
do teu amor
perfumado de flor.

04/08/2017

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Espelho da alma

Os olhos deviam bastar
e nos silêncios,
eles bastam.

Tão melhor que nós
os olhos sabem amar
e não calam.

01/08/2017

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Tua mulher

Fiz das tuas mãos o enfeite dos meus cabelos,
dos teus braços a renda fina do meu vestido
que me envolve, atrevido,
em segredo de velhos selos.

Fiz-me ontem tua
porque soube que era minha
e tudo o que achava que tinha
menos valia que a prata da lua.

Fiz deste teu coração
a sombra mais desejada
de alma tão cansada
que não conhece outra canção.

01/08/2017

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Estria II

Em cada linha
que a vida em ti escreveu
eu te leio desde a espinha
como ninguém mais se atreveu.

No corpo a poesia
da mulher que foi menina
que talvez com a maresia
aprendeu que nasceu divina.

De tempo marcada
para quem sabe contar
e não precisa de mais nada
que o extenso do abreviar.

27/07/2017

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Estria I

Na sagrada sina
de ser poesia
tão à revelia
de cada menina...

Corpo que cresce
em curvas e linhas
jamais mesquinhas -
humanidade que enaltece!

Venha e quem sabe leia
a história de uma mulher,
seja ela linda ou feia,
mal ou bem-me-quer.

Que não está aqui para te agradar,
somente estar e ser
feitiço em si feito o mar
que se recusa a ceder.

27/07/2017

domingo, 1 de outubro de 2017

Gado solto

É quando penso demais
que a culpa vem
e tira toda a paz,
mais precioso bem.

E me lembro do jamais
que já me tirou alguém
quebrando os cristais
que me mostravam o além.

Que despertam os dormidos animais
que tão bem aqui me conhecem -
motivos dos meus ais
que nas noites quase ensurdecem.

29/07/2017

Resting assured

Do tell, please do, that I can count on you, that I am doing well. Tell me, when the mind feels tough, that I shouldn't be sorry for I a...