sábado, 31 de março de 2018

Desarmamento

Eu me faço de forte
tanto quanto sei que sou
mesmo sem esta armadura
que a vida me forjou
e guia meu norte.

Mas olha só como me deixa
uma palavra, um pensamento
na minha boca pura
e a tua voz de gueixa
sem saber que é linda.

Rio de mim porque me encanta
tudo o que os meus olhos mostrariam
e se vê debaixo da tinta,
aos poucos se planta -
eu fico boba.

A bomba dispara
como quando era criança,
se afoba
e alegra, minha cara,
dentro do peito.

Talvez por causa da esperança,
a velha e a nova
que apesar de tudo se renova
e me desnuda
a ti e ao meu leito.

Te conhecer jamais há de deixar
esta alma muda -
ela há de cantar,
eu me conheço, eu sei,
parte de mim é fácil de prever.

Minhas defesas cairiam.

15/03/2018

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