segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

XIV

Olá, meu querido! Espero que estejas bem.

Aqui eu te escrevo outra vez como uma maneira de te manter perto de mim e não esquecer o teu carinho. Para poder matar um pouco da saudade que sei, por cada gesto teu, ser recíproca.
Escrevo também porque quero que desta vez seja diferente. Sabes bem da minha busca por autoconhecimento, auto-aceitação e o vencimento das culpas inúteis que vêm e vão, sem servirem de nada, para ser uma pessoa melhor.

Nós somos tão jovens ainda, e, no entanto, tu tens me ensinado coisas que tenho certeza que levarei para o resto da vida. Sem elas, eu tenho certeza que não seria muito daquilo que sou hoje. Obrigada por tudo! Espero de coração que, à minha maneira que ainda há de melhorar, eu esteja retribuindo pelo menos um pouco disso. Porque é algo que eu quero. Muito.

Tua amizade e preocupação comigo, assim como paciência, me fazem acreditar que posso ser alguém melhor; que no processo de aceitar as partes de mim que não têm como ser alteradas, eu posso identificar aquelas que podem, pelo bem das minhas relações com os outros, e que certamente quero modificar.

Entre elas, como tu sabes, está o fato de eu querer que tu me ajudes a ser uma melhor ouvinte, como tu. E, por conseqüência, uma amiga melhor, de consciência mais leve e limpa.
Quero que tardes como aquela de janeiro se repitam outras milhares de vezes. Eu te ouvi de verdade e foi uma sensação tão boa... Foi como se meu coração voltasse para casa depois de te ver sorrindo mais do que o normal.

Por isso mesmo o propósito desta carta é diferente dos outros. Não para falar das minhas mazelas, mas de ti. Quero aqui “listar” algumas das coisas que eu adoraria que tu dividisses comigo, se tu assim desejares, e que terei o prazer de ouvir e silenciar contigo quando for necessário.

Chega de reclamar da minha vida. Vamos falar de experiências e sonhos (os que vêm com o sono e os que moram dentro do coração)! Não sei quando vou te ver de novo, mas será lindo se puder ser assim e como bônus ter um chimarrão na minha cuia nova, como te mencionei certa vez. Calor amargo que se faz mais doce e bem-vindo quando dividido com quem mais gostamos...

Então, se quiseres...

a) Conte-me melhor das tuas viagens. Que lugares gostaste mais, ou menos? Aconteceu algo de particularmente divertido ou nem tanto? O que comeste e bebeste de bom?
b) Como andam as coisas com aquela pessoa? Chegaste a alguma conclusão? Torço para que fique tudo bem!
c) Como está teu trabalho? Estás feliz com ele? Tens seguido estudando?
d) Conte-me melhor sobre aquele sonho que mencionaste da última vez que nos encontramos... O que será que ele quer dizer?
e) Tens escrito algo?

A Solidão não vai conseguir me fazer esquecer de ti, mesmo que tente, porque assim como ela, tu moras dentro de mim, no canto mais meu e puro do meu coração. Não vejo a hora de estar no teu abraço de novo e voltar para casa de verdade. Te amo! Te cuida que te também te cuido de longe como tu a mim.
Da tua pequena.

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