sábado, 24 de novembro de 2018

Dez anos depois

Dez anos depois, meu humilde cantinho de certa forma cresceu comigo, e se tornou a casa das minhas palavras e de sua evolução. Não apenas de poesia, mas de prosa também. Uma prosa honesta, selecionada e cuidadosa, talvez melhor do que muitos dos meus versos.

Dez anos depois, eu posso me reconhecer cada vez mais naquilo que escrevo e ter mais orgulho disso e de deixar quietinho aqui para quem quiser ver. Dez anos depois, ele segue aqui dizendo que, mesmo se eu me ausentar, sempre posso voltar, como já voltei antes, e tê-lo como sinal de que nada me impedirá de seguir escrevendo. Ainda vivo, como respeito ao que está no papel e o tempo pode muito bem comer.

Dez anos depois, eu tenho na minha vida gente que muito e de verdade valoriza, à sua maneira, cada letra. Enxergo em certos versos potencial de retorno talvez mais que afetivo. Convivo, ainda que por enquanto virtualmente, com gente generosa, inspiradora e tão apaixonada quanto eu pelo que faz. Dez anos depois, o blog testemunha minha convicção em escrever num outro idioma, e palavras cada vez mais intensas. Com os olhos ainda mais abertos.

Dez anos depois, eu abraço o rótulo e aceito meu destino. Escrevo não apenas por amor a alguém, mas por amor às palavras. Dez anos depois, talvez mais que isso considerando certas coisas, me enxergo pelo que sou, fui, e talvez sempre tenha sido: como poeta.

24/11/2018

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