Ah, as cartas de amor...
Claro que já escrevi algumas dessas e não me arrependo de nenhuma, apesar de na maior parte das vezes até agora eu ter escrito poemas de amor.
Acho que posso dizer que já recebi uma carta de amor de um potencial amante, embora eu não tenha como saber se foi realmente para mim. E considerando as cartas anônimas e não-anônimas que escrevi com um amigo em meus pensamentos e também suas respostas, acho que elas também contam como cartas de amor.
Dito isso, não diria que este é um hábito só entre amantes. Cartas de amor são escritas com a intenção de colocar nosso toque, energia e cuidado para expressar os sentimentos e mantê-los vivos. Deixar um pouco de nós ao alcance da mão do outro e quem sabe ter a mesma coisa de volta.
Esse amor pode estar nas pequenas amenidades que escrevemos; nos detalhes que só o outro entende porque pertence só aos dois. Na maneira como nos expressamos para manifestar o quanto a pessoa significa para nós. E acima de qualquer coisa, precisam ser sinceras.
Só eu sei o quanto aquelas respostas me fizeram e fazem feliz e me sentir amada; com ele perto de mim e com o papel como outro meio de podermos nos conhecer e nos amar - na intimidade da caligrafia. Talvez seja isso o que eu considere uma carta de amor.
É difícil me lembrar assim de pronto de algo específico ou de tudo o que já ouvi e li e pensei "adoraria que tivesse sido para mim", porque há vários exemplos de resposta. Mas acho que posso citar dois deles: meus sonetos favoritos por Florbela Espanca e uma fala específica do curta francês "Un lever de rideau"...
23/11/2018
- baseado neste post.
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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