Sim, entre as muitas coisas que herdei do meu pai, está o fato de que falamos sozinhos. Mas eu juro que não é o tempo todo como ele (risos).
Falo sozinha quando penso alto enquanto estudo matemática, ou qualquer outra coisa, mas em especial matemática. Falo sozinha na cama, enquanto espero o sono chegar, já que minha cabeça demora para descansar por causa da insônia. Quantas páginas de romance, poemas ou textos inteiros eu escrevi ou poderia ter escrito enquanto não dormia?
É impressionante como produzo em escala literária durante a noite, por mais que devesse estar dormindo. É como se meu cérebro aproveitasse a quietude da sala ou do quarto para me fazer repassar minhas pseudoverdades. Na maioria das vezes, é na hora em que o resto do mundo se recolhe que eu começo a viver. Não como uma máquina feita para agradar o sistema, mas para agradar a mim mesma.
Porque não é possível que não haja pelo menos uma vantagem em ter olheiras gigantes e horas de sonolência no dia seguinte.
Talvez eu seja uma pessoa da madrugada mesmo. Digamos que, nesse tempo, eu converse comigo mesma, literal e metaforicamente. Neste exato momento, estou fazendo justamente isso. Eu choro e me consolo. Rio. Me faço cafuné. Tento achar um jeito de preencher a ausência física de um amigo que mora a quilômetros de mim, mas que está sempre no meu coração, como sei que estou no dele. Quando estive apaixonada, me imaginei nos braços de meus objetos de afeição. Eu sou eu, e ao mesmo tempo, quem eu gostaria de ser.
Descubro os detalhes do meu passado. Olho para mim mesma de fora para dentro e de dentro para fora. Tento gostar da solidão. Fico com medo e em alerta, porque os monstros estão sempre à espreita. Tive o segundo maior ataque de pânico da minha vida, não muito tempo atrás.
Enquanto não encontro nada ou ninguém que mude isso, ou melhor, parte disso, já que tenho certeza que o melhor e mais verdadeiro de mim sempre aparecerá de madrugada, eu sigo aqui, nos meus diálogos particulares, ou nem tanto assim.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
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