Nenhum céu
pode me engolir.
Nenhum solo
pode me puxar.
Não quando este véu
está pronto para cair
e deixar de ser símbolo
aqui, visto do teu olhar.
Não quando este vento
jamais cantarola
para me dar o mesmo alento
que o perdido tem da bússola,
com este jeito e sentimento -
tua carícia na viola
e na nuca benzem qualquer aposento.
Não quando a alta grama
não nos fere com suas garras,
mas tampouco resiste ao verão que chama
o canto das cigarras
e a tantos se faz cama
quando tu, destino, vens e agarras.
Não quando o prateado escuro
depois da sombra dourada
não consegue ser tão puro
quanto lábio mordido e pálpebra fechada...
Não quando tudo o que procuro
é tua mão e mais nada -
esta que sabe de tudo
de onde pousa, delicada.
24/03/2019
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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