Talvez a noiva mais linda que já teve
consigo em todo ou mero pedaço
velada
de geada
ora coberta
ora salpicada
de neve,
a seda fria.
Sempre sabe a hora certa
em que acorda
para usar o vestido
mais florido
para olho honório
de marido
e ao seu próprio.
Até que um tanto depois
à frente de todos
mas só entre os dois
esposo
carinhoso
ateia fogo
em cabelos
e tecidos
para que um se dispa
logo
e com alegria
e abandono
volte a ser um só regaço
durante a hora morta
que sempre chega um dia,
com um longo sono.
28/03/2020
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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