segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

30/01/15

Apesar de escrever poemas e ter tido a coragem de começar a divulgá-los na internet aos treze anos de idade, bem como os pensamentos aleatórios que passei a registrar a partir dos quinze e ter publicado um livro aos dezoito, não me considero uma escritora, como minha mãe e outras pessoas muitas vezes enchem a boca para falar.
Talvez as coisas tenham acontecido desta forma porque eu sinta certa necessidade não de me mostrar e vangloriar, mas de que os outros saibam quem sou e que de alguma maneira eu não me sinta sozinha no barco dos sentimentos misturados e loucos, porém sinceros. De que, como já tinha escrito antes, eu não seja esquecida, mesmo querendo ser só mais uma, invisível na multidão.
Mas não, não gosto do rótulo. Até porque sou muito mais do que isto e esta não é a carreira profissional que quero seguir depois de formada. Claro que fico feliz com o feedback positivo e até mesmo negativo que meus textos recebem de vez em quando, mas nem se nada disso fosse assim eu pararia de escrever.
Talvez eu tenha escrito meu romance e esteja pensando em suas continuações como uma maneira peculiar de expressar meu ponto de vista sobre certas coisas, principalmente relativas ao modo como penso que vivo, minhas insatisfações, o que sou e o que gostaria de ser. Como um catalisador de raiva e mágoa que os destinatários nem se deram o trabalho de perceber quando a coisa foi publicada.
Já nem sei mais a quê isto me levou e leva.
Por mais que às vezes me dê vontade de virar tudo de ponta cabeça e sumir com tudo o que já publiquei que já não esteja na mão de alguém e guardar minhas palavras só para mim, possivelmente este já seja um caminho sem volta. É impossível desfazer tudo agora, tem material demais por aí. Só me resta parar agora ou seguir com o baile.
Quanto mais o tempo passa, mais percebo que divulgando ou não, escrever seja meu destino. Como uma maneira de ser honesta comigo mesma e tentar dar nome para o indescritível. Cada vez mais sinto que, quem quer que eu seja hoje ou seja amanhã, esteja nas palavras que deixo pelos cantos, sejam elas lidas ou não. Eu dependo delas mais do que nunca.
O que eu escrevo não são só palavras. Sou eu. Mesmo quando até para mim pareça bobo e inútil. Concordo com Ed Sheeran quando diz que pior do que ser criticado é ser menosprezado. Em minha opinião, não sou escritora, mas alguém que depende bastante das palavras.

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