Quão injusto
é em volta eu olhar
e perceber o custo
que tanta gente
tem que pagar
só por tentar seguir em frente
e mesmo assim carregar o peso
de sentir-se preso
no que é bem mais profundo
e a cada um diferente
mas pode acontecer com todo mundo.
Mas eu sei agora
que há tanto dentro de mim
como lá fora
e no fim
a coisa não é simples, não
se resume
a quem
sofre mais que outro alguém
e eu não era imune.
Não depende de idade
e sim de cabeça e circunstância
então não se atreva
a dizer que a treva
é coisa pequena
de criança,
que não é verdade
e é digna de pena.
O que podemos fazer é cuidar
uns dos outros
e de nós mesmos
porque uns estão tão perdidos
que não custa estender a mão
se pudermos
e sendo o caso, sinceros,
dizer apenas que sabe que dói,
que é coisa séria.
Mas não é lei da matéria
que até o que se foi
se reconstrói?
Um dia, talvez,
vá saber...
Mas um pouquinho a cada vez.
02/03/2020
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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No humano de mão-cheia também dói a dor alheia.
ResponderExcluirGK
Às vezes até demais.
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