sábado, 3 de abril de 2021

Flor de calçada

 O que já me tornei me assusta porque não sei se serve de alguma coisa e é por isso que sinto enjoo. Enjoo pra mim é dor de estômago, fígado bichado ou excesso de dor. Quem dera que fosse dor de amor.

O que foi que me tornei mesmo? Será que ainda estou fugindo? Será mesmo que adianta querer o que quero? Será que tem sentido saber da verdade? 

Eu quero ir embora daqui. Pelo menos desta casa e desta vida. Ou talvez a resposta nem esteja aqui onde nasci, mas para onde eu iria? Que outro lugar nessas calçadas vazias e esquecidas por deus pode abrigar o que se faz de grande, mas no fundo é pequeno?

Será que adianta não querer repetir padrões quando eles ainda me prendem aqui? Acho que na verdade é de mim que sinto asco. De mim e do meu dom para obedecer. De mim e da minha preguiça. De mim e da minha indecisão que parece que nunca acaba, mas que sempre acaba em tinta.


30/03/2021

- exercício de escrita proposto pela Maria Vitória do blog A Estranhamente

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