Outro dia mesmo, disse que eu era linda. Mas o mundo tem coisas ainda mais lindas, ainda que eu não ouse desmentir o que aqueles olhos veem.
Linda é a mão que conhece a minha coxa e que escreve do meu corpo como se pudesse enxergá-lo no escuro desde sempre. Lindo é o que aquela boca aberta faz.
Lindas são aquelas curvas contra as minhas, cheias de ânsias. Lindos são os sons que saem de nós... Os quereres nomeados em substantivos curtos e verbos rápidos, mas que ficam.
Linda é aquela cabeça inclinada sobre o meu pescoço. Lindo é o instante da paráfrase dos dedos que me despem e da pele que me veste, tão cheia de si.
Linda é a passagem que se abre com a carícia e acelera a respiração. Lindo é o olho que acha que o prazer me embeleza e que enxerga o meu prazer como nosso.
Linda é aquela voz, aquela carência por mim. Lindo é o jeito inquieto, mas livre, como o calor, e cada gesto que deixam.
02/04/2021
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