sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Sob a coberta

Amanheças
e com o orvalho
te pareças
porque assim me olhas.

Porém não como o das manhãs
que no inverno
com suas falhas
deixam-nas mais frias
que noites de inferno
e palavas vãs.

Aqueças
corpo, cama, quarto, velhas peças
com bênção
e banho
tudo o que os outros pensam,
a mim
e a tudo de estranho.

Chovas,
traga-me meu rei
e mesmo das covas
teu verso em sorriso
será com gosto talvez o único
de que beberei,
sendo grande amante ou mero cínico.

4 de setembro de 2019

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