Prestando bem atenção, sinto que eu e outras pessoas que conheço temos a poesia dentro de nós, mesmo que ela não se manifeste como palavra escrita. Ela pode aparecer de tantas maneiras, e isso é tão lindo... Talvez o melhor de nossa poesia não esteja gravado a tinta – mas não é algo ruim.
Várias vezes eu tive vontade e comecei a fazer seleções de poemas, mas desisti de todas por n motivos. Mas ontem comecei outra, com textos de que sinto que realmente gosto. Talvez o critério seja questão de gosto, no ápice da minha autocrítica e perfeccionismo; uma pena, eu diria, serem tão poucos os eleitos até agora. E é aí que entra a vantagem de eu ser tão prolífica.
Escrevi até hoje centenas de poemas, em português e inglês, porém destes no meu idioma só uns parcos versos possuem o que sinto que seja algo a mais (seja na forma, seja no jogo de palavras diferente que foi usado ou ambos), que é raro ainda, mas acontece e eu amo. No fundo é bom que a quantidade seja pequena em meio a um mar de palavras por ser um sinal de um amadurecimento do meu olhar, dos riscos que resolvi correr dentro deste jogo (olha só a palavra amadurecer me perseguindo!).
Talvez eles sim, sejam um reflexo não só de quem sou hoje, mas de quem no fundo sempre fui e nem desconfiava... E com isso não dá para ter pressa, não pode haver cobrança.
11/08/2017
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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