Tento não me lembrar de tudo o que nunca mais terei; de tudo o que passou por mim e jamais voltará. Não pensar em tudo o que faz a minha vida ser como é hoje – seja pelo meu comodismo por imaturidade, timidez ou simplesmente porque houve quem tirasse vantagem das minhas circunstâncias, mesmo sem querer.
É bom estar conhecendo meus limites e, sabendo bem que em muitos aspectos vivo nos extremos, o que me deixa confortável no sentido de me permitir de verdade quem eu sou e ser normal, e não uma alienígena diferente dos outros. Sei que preciso experimentar muitas coisas novas e é algo que quero muito e espero ter tempo para tal; sair um pouco da minha caixa, dizer sim um pouco mais de vezes... Mas claro que dentro daquilo que sei que vai me fazer bem.
Por isso, justamente por eu me conhecer e querer me respeitar, só me envolverei em situações em que sei que não me sentirei um solitário peixe fora d’água, por mais que eu queira viver como todo mundo... resta-me aprender a escolher, a confiar em mim mesma e no que quero para mim, porque eu não quero que nada seja em vão. Nada é, na verdade, mas não quero passar pelos mesmos desconfortos de novo.
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