sábado, 1 de outubro de 2016

Bandida

A mesma solidão
que bebe meu chá,
que lê meu livro,
que estuda comigo...

Que me acompanha,
me faz me bastar,
me sussurra versos,
me ajuda a pensar...

À noite se esgueira
na minha cama estreita
e bem de pertinho
me acaricia a nuca.

Às vezes ela simplesmente
me toma nos braços
sem pedir licença,
me agarra a cintura...

Me espreme as costelas,
tapa minha boca,
me tira o ar
e debocha de mim... 

Dói mais por ser dor
de aperto sem carinho,
sem saudade, sem amor,
muito menos paixão...

O abraço da solidão
não é gole de vinho!

E quando vem a manhã
ela sorri,
me pisca um olho,
me ganha outra vez...

Ficamos outra vez de bem...
Por ora.

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