Eu olho hoje para aquele texto que te mostrei tempos atrás e percebo que não deveria tê-lo mostrado. Que o que eu disse naquele dia deveria ter ficado comigo. Porque, apesar de válido, foi escrito num momento em que comecei a parar e ser brutalmente honesta comigo e meus sentimentos. A tentar botá-los para fora do jeito que estão para ver do que sou feita, quem eu sou, o que preciso e quero modificar.
A verdade é que naquela hora eu me senti sozinha, esquisita. Odiei o quanto as coisas mudam, o quanto o tempo passa. Mas se a mudança existe mesmo, é para fazer de nós pessoas melhores, não acha? A verdade é que, quando escrevi aquilo, estava sentindo tua falta, justamente porque tanta coisa mudou. Estava e posso dizer que ainda estou com medo de que alguns aspectos tenham se perdido para sempre... Porque não dá para forçar um vínculo que não existe mais, seja lá por que motivo.
Porque é claro que a distância interfere, de um modo ou outro. Cada um segue sua vida, ainda mais no contexto em que estamos. Só espero que não tenha interferido em tudo. Da minha parte, não. Até porque as memórias ajudam nesse sentido. Quanto mais eu vivo, mas aprendo que todos os estágios de distância podem ser benéficos quando sabemos o que fazer quando ela existe e quando não, então não se sinta culpada, certo?
A vida é louca mesmo. Nos bate até absorvermos a lição. Além do mais, eu mesma passo meses sem ver amigas que moram no mesmo lugar que eu e sem nem mandar nem uma mensagem (risos). Todos somos farinhas do mesmo tipo, no fim das contas.
Quando me lembro das vezes em que apontei teus defeitos, lembro dos meus, sobre os quais nunca ouvi uma palavra de ti. Quando recordo das vezes em que fui cruel contigo, também surgem todas as vezes em que tu aceitaste minhas desculpas estranhas. E essas foram só algumas das muitas coisas que aprendi contigo. O que a gente tinha era tão bom e só agora eu noto.
Independentemente do que acontecer amanhã, hoje eu te digo: te agradeço por tudo, tudo mesmo. Só não some de vez, tá? Porque eu ainda estou aqui; só não me deixa essa sensação de fim de festa boa. E se sumir, não se preocupe. Foi porque o mundo girou e teve que ser assim, talvez nem importe a razão. Nem tudo o que é bonito precisa durar para sempre, embora seja um pouco triste. Mas não sou de guardar rancor, tu sabes. O tempo cura e ensina.
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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