De certa forma eu me sinto, sim, vazia, por causa das circunstâncias e da depressão. É isso que ela faz com as pessoas. Mas é tão triste não ter nada, não sentir nada... Eu costumo dizer para mim mesma que procuro alguma coisa que faça com que eu me sinta viva de verdade. Talvez essas coisas já existam, mas eu ainda não as enxergue.
Talvez elas sejam tudo de bom que ainda existe dentro de mim, embora ultimamente não esteja lhes dando o valor que merecem. Sei que eu não seria humana, uma pessoa completa, se não houvesse a dor, a tristeza, o medo, as falhas. Mas de vez em quando eu me esqueço de que existe mais que isso, assim como existe um mundo inteiro por trás da porta da minha casa.
Existem as minhas memórias, os meus desejos... Memórias que acho que não quero mais encarar só como partes do meu passado, mas também de quem sou no presente. Talvez, por muitas dessas memórias serem tão boas, eu seja tão ligada a um tempo que há muito se passou. De certa forma, a tenra idade e falta de consciência tornava as coisas mais fáceis, por assim dizer, pois elas não eram tão abstratas.
A minha infância, já longínqua, mas ainda presente. Infância que considero que foi tranquila. Saber das minhas limitações e, naquela época, ainda não entender certas coisas como a diferença entre o preconceito, a pena e a simples ignorância de uma criança ou mesmo de um adulto, e ainda assim aproveitá-la, e brincar como qualquer um o faria, percebendo as diferenças entre as pessoas. Usar minha condição como uma ferramenta mais literal que me permita me colocar no lugar dos outros e combater meus próprios receios.
Também as minhas virtudes e capacidades... Minha lealdade, inteligência, generosidade, empatia. Minha habilidade de prestar atenção nos detalhes e valorizá-los. A minha curiosidade. A minha vontade de viver mais devagar, com menos expectativa, e de fazer os outros sorrirem. Como eu não me esqueço do lado bom, mesmo daquilo que é ruim ou que não existe mais.
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