É bonito como em cada camada da psique que se explora, mais perto se chega do cerne da identidade de alguém.
A pessoa que se foi anteriormente, que está tentando entender o que é amar e aceitar todas as partes de si para que tal amor seja estendido aos outros talvez tenha aprendido que o mundo é grande e que existem tentações e desafios a serem enfrentados.
Com o tempo percebe a existência de uma persona e de uma sombra por trás de suas interações, o que pode levar a um senso de falsidade (plausível ou não) e desenvolve uma maior ou menor noção da separação entre partes da psique.
Passa a olhar para elas diretamente, pelo bem da integração para se obter uma vida mais completa. É aí que ocorre a luta interna entre como a persona que moldamos afeta o consciente e, a nível profundo, a noção de Eu que se tem. Ainda mais quando se é artista e parte disso é moldado pelo nosso trabalho e o que ele exige, mas que se estende pelos outros aspectos da vida.
Aquilo de obscuro que nossa sombra carrega, servindo às nossas ambições, e a máscara que usamos, às vezes estão tão presentes misturadas que esquecemos quem somos sem isso, muito por ser bem difícil traçar as fronteiras. Pode ser ruim, pode não ser, mas a nossa essência permanece.
Os anos passam e aí chega a hora da verdade - a hora de dizer que aquilo que se mostra na posição que se tem é apenas uma faceta de quem somos, talvez uma e meia que nem sempre é bonita. Ainda assim, ninguém na batalha para forjar a própria identidade está sozinho.
05/03/2020
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