Já que estou empolgada por "Wasteland, Baby!", aí vai uma linha de raciocínio que venho tendo em relação a Hozier e seu estilo de escrita, então não se importem.
Notei do começo que suas canções tendem a lidar com amor e desejo relacionados a devoção, e adoro isso. Mesmos suas canções de "eu estou idealizando esta pessoa" carregam muito disso. Faz sentido com ele pensar no amor como "eu te amo, então por extensão odeio o resto".
No amor como um ato violento contra o mundo porque a pessoa que se ama é tudo o que importa. Gosto bastante de como ele usa referências e pronomes femininos pelo bem do esquema de rimas e assim esse ELA poderia ser eu, vocês, qualquer um, ninguém, todo mundo, não importando o seu gênero.
As pessoas que ele descreve são sempre sublimes, isso é tão gótico e tão absolutamente como qualquer mulher deveria ser vista (ou amante, vocês pegam a deixa). Algo não divino, mas com o qual apenas nos maravilhamos. De vez em quando ele também conecta devoção com salvação.
Seu eu-lírico vê seu amante como alguém às vezes mais digno de louvor em toda a sua humanidade do que Deus, especialmente quando sexo é visto como algo pecaminoso e/ou nada mais que um jogo de poder.
Não ligo que as histórias em si não sejam dele, pois as palavras são; e se ele escolhe contar esse tipo de história com tanto cuidado com a construção imagética e uso de vocabulário... Isso diz muito.
Ele já afirmou várias vezes que fazer amor/fazer filhos/amar alguém é uma das coisas mais importantes que alguém pode fazer, então... Sim. Acho que é por isso que o material dele me impacta tanto.
28/02/2019
- traduzido deste post (texto também original)
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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