O mundo dividido em tantos pedaços, dilacerado, sem fazer sentido, mas o medo não é assim tão grande, pois ele se lembra. Lembra do poder das palavras e daqueles que vieram antes dele. Da beleza e importância de suas memórias para passado e presente - mesmo que nenhum futuro pareça visível.
Ele se espelha naqueles que ama e em sua devoção por eles para sentir que também é capaz de enfrentar as piores situações possíveis com tal força e dignidade e fazendo o possível pelo que considera certo.
Permite se libertar de toda e qualquer limitação social e pessoal para esperar o que tiver que ser enquanto segue cada desejo do corpo e do coração. Porque a escuridão há de chegar um dia e abraçar de vez a tudo - porém, estará ao lado de quem ama aceitando o caos dentro de si, do outro e de onde estão, porque é isso que basta. Quando o fim vem de verdade, planos e o medo da morte não têm mais razão de ser.
Tudo passa a gravitar em torno daquilo que possuímos e somos, principalmente quando conseguimos enxergar o belo e sublime dentro das maiores calamidades. Tanto já parecia perdido... No entanto, o amor era e ainda seria seu maior ato de desafio contra a situação à sua volta. A mais simples das ações ainda podia mexer com a estrutura do seu ser e elevá-la. É isso.
01/03/2019
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
quarta-feira, 6 de março de 2019
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