Talvez o que me reste seja entender que vou ter que acabar guardando as coisas para mim, como na verdade fiz a vida toda sem nem saber. Talvez cuspi-las no papel, se for insuportável ou muito difícil de entender.
A verdade é que eu posso contar nos dedos de uma única mão aqueles com quem sei que posso dividir as verdades controversas que carrego comigo; de quem sei que não receberei um pingo de julgamento. E mesmo com essas poucas pessoas é injusto simplesmente despejar tudo como se só com isso eu fosse encontrar uma fórmula mágica para resolver meus problemas. É meu dever ouvi-las também - e não ser escravizada pela minha dor.
Quanto mais o tempo passa, mais sinto que parece que sou um terremoto prestes a arrasar tudo o que vê (ou talvez já esteja causando danos em pequenos tremores secundários), mas pelo bem de todos talvez seja melhor que eu tente causar o mínimo de estrago por cima. Afinal, quer eu goste ou não, preciso de paciência comigo e com os outros e este vazio é meu e de mais ninguém; cabe a mim encontrar formas de preenchê-lo sem arrastar ninguém junto.
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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