em ondas sobre mim,
mas sem o gosto de sal.
em que se banha
e de que se bebe.
que se oferece a mim em goles esparsos,
porém sôfregos,
que me fazem arfar e querer mais
na sede de que me lembras.
que se derrama, que escorre lenta
ora desde os cabelos,
ora do pescoço para baixo como numa purificação,
ora desde os lábios
porque neles não se contém.
furtiva, se guarda em certos lugares, certas taças,
até morrer em outros -
entre pétalas de flor, folhas e linhas.
de mãos trêmulas e quentes,
faz estremecer a finura que toca
em um misto de devoção e rotina.
canta, sussurra e recebe.
porque tu és água.
24/08/2021
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