atravessei céus inteiros
e fui parar na beira de uma água que nunca vi -
abanei a cabeça e sentei
perto do fogo que tuas mãos fizeram e deixaram aceso
vendo o pôr do sol,
a lua
e cada pontinho que se atreve a brilhar no escuro.
me embrenhei no mato só pra voltar pro silêncio
da falta de televisão
e finalmente ler, num sofá alugado,
o calhamaço com letra pequena
emprestado da minha mãe
que há anos não termino
e de repente as canções de amor
começaram a fazer sentido de novo.
te convidei dia após dia
pra passar as horas nos meus braços -
o máximo possível da vida
vivida e resolvida no calor da cama
fizemos amor
como se cada vez fosse a última
das tolices fantasiosas
escritas no espaço entre duas peles
por saberes que não és dono
da vida nem do corpo em tuas mãos.
por atenção,
pelo prazer,
pela espera.
talvez por paixão.
tomara que por amor.
24/08/2021
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