sábado, 11 de julho de 2020

Jornada do equilíbrio IV

Há um tempo abracei a minha Sombra e, dentro dela, a minha impulsividade. É doido mesmo como a gente não tem controle sobre como os outros recebem aquilo que a gente faz e diz, não importam as nossas intenções. Venho tentando não passar a mão na minha própria cabeça, o que inclui reconhecer a toxicidade dentro daquilo que as pessoas fazem comigo e do que eu faço por elas. Considerando o momento atual, acho que sei quem eu veria, quem me entregaria a mensagem... Ou pelo menos quem eu gostaria que me entregasse... Que me lembrasse disso. Porque, para dizer a verdade, eu já comecei a absorver a afirmação.
Considerando isso, experiências recentes só me provaram que isso também se aplica a mim. A pessoa não encarou o que eu fiz como algo ruim quando poderia e foi só depois que eu disse o que eu ia fazer e a pessoa não se importou que eu percebi que o que eu estava fazendo tinha um lado ruim e poderia ser encarado dessa forma. E como não foi visto assim aquilo me emocionou; chorei mesmo. Porque a princípio eu devia ter guardado para mim porque poderia dar errado – eu percebi depois que já tinha dito. Eu tirando vantagem da dor de outra pessoa. Mas a pessoa não encarar assim e até ver como curativo me comoveu. Se fosse outra pessoa, poderia ter ficado com raiva de mim e com razão, mas não foi o caso.
Claro que eu a princípio fiz de impulso uma coisa que eu depois vi que talvez não deveria ter feito, mas tenho abertura com essa pessoa para fazer o que fiz e se não tivesse gostado me falaria, mas depois de feito eu percebi que nem sempre aconteceria de receberem aquilo tão bem e foi a reação legal que me surpreendeu. Me fizeram chorar, mas porque foram legais demais comigo. Até estou meio dividida com isso porque fiz algo bom, mas ao mesmo tempo tem essa parte. Acho que nesse caso daria certo de qualquer forma, tivesse ele gostado ou não, porque tenho essa abertura. Mas foi naquela hora que eu me senti mal que percebi que não vale para todo mundo. Talvez essa sensação de divisão seja eu refletindo sobre o que eu fiz, de verdade. Talvez... Isso seja eu perceber que essa abertura não existe com todo mundo para eu ter feito o que eu fiz, qualquer que fosse a resposta; por isso a própria resposta positiva me surpreendeu... E tudo isso me serve de alerta.

04/07/2020

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