Vozes que alimentam os nossos padrões de comportamento e de percepção de si e do mundo... Que nos paralisam justamente diante daquilo dentro de nós que foi desenvolvido por causa delas porque absorvemos absolutamente tudo como uma verdade e/ou como uma verdade que não é maleável. Que de qualquer forma nos machucam e são difíceis de ignorar.
E às vezes, para nos livramos disso, sentimos que temos de provar o contrário – que conseguimos fazer diferente, que não estamos destinados a viver e morrer ou pensar daquela forma. Mas será que não é só para nos desfazermos de um peso? Estamos levando em consideração as nossas aptidões, aquilo que realmente queremos, ou só a satisfação temporária de eles verem que estavam errados? Ou até para conosco mesmos, que somos capazes de chegar em algum lugar... E no fim das contas esse não ser aquele para onde deveríamos ter ido.
E a voz que mais importa, será que escutamos de verdade? Será que deixamos que o que as outras dizem nos impeça de pelo menos tentar de novo, ou, como talvez Bentinho Santiago, que nos ensurdeçam para aquelas que realmente nos desejem a felicidade que merecemos, à nossa maneira? É possível encontrar o limite entre frouxidão e excesso de rigidez, sendo que certas coisas nunca poderão ser curadas totalmente?
30/06/2020
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