Sempre digo que a poesia salvou minha vida e me impediu de afundar na depressão profunda, manteve minha ansiedade sob controle. Quando elas vieram e eu comecei a duvidar de tudo, quando as coisas começaram a deixar de fazer sentido, a poesia e as minhas palavras me salvaram, me ajudaram a ver as sensações pelo que elas são e serem menos dolorosas, mas há mais nisso.
Transformei a caneta numa arma contra minha dor. A poesia salvou minha vida porque foi tudo o que me restou, foi tudo o que nunca me abandonou. As palavras me lembraram do quanto sou forte, do quanto sou sedenta pela vida e o que havia de errado comigo. Elas não apenas me salvaram; eu não era nada mais que elas naquele tempo e talvez nem mesmo agora, e foi isso o que me manteve aqui.
No pior dos meus estados, quando nada mais importava, fui deixada só com a medula dos ossos e por isso ainda estou aqui. Salvei a mim mesma do fundo do abismo porque na minha essência sou escritora. Ser uma escritora foi a única parte de mim que toda essa bagunça não alterou. Nem sei quem sou, mas sou escritora. Ainda estou aqui porque não me restou mais nada a não ser aquilo que eu sempre fiz. Eu sobrevivi porque segui ouvindo meu chamado. Quão poderoso é isso? Como eu pude duvidar que no meu caso aquilo que faço é o que no fundo me define?
24/02/2020
- adaptado do meu diário
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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Não precisa se explicar, só não cala essa carícia no ar, queimadura doce de bala... Deixemos para depois os erros e acertos dos heróis...
Escrever é quebrar tudo, gritar alto e pisar fundo.
ResponderExcluirGK
Tentar até o último segundo.
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