quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Escrevo, logo sou

Sempre digo que a poesia salvou minha vida e me impediu de afundar na depressão profunda, manteve minha ansiedade sob controle. Quando elas vieram e eu comecei a duvidar de tudo, quando as coisas começaram a deixar de fazer sentido, a poesia e as minhas palavras me salvaram, me ajudaram a ver as sensações pelo que elas são e serem menos dolorosas, mas há mais nisso.

Transformei a caneta numa arma contra minha dor. A poesia salvou minha vida porque foi tudo o que me restou, foi tudo o que nunca me abandonou. As palavras me lembraram do quanto sou forte, do quanto sou sedenta pela vida e o que havia de errado comigo. Elas não apenas me salvaram; eu não era nada mais que elas naquele tempo e talvez nem mesmo agora, e foi isso o que me manteve aqui.

No pior dos meus estados, quando nada mais importava, fui deixada só com a medula dos ossos e por isso ainda estou aqui. Salvei a mim mesma do fundo do abismo porque na minha essência sou escritora. Ser uma escritora foi a única parte de mim que toda essa bagunça não alterou. Nem sei quem sou, mas sou escritora.  Ainda estou aqui porque não me restou mais nada a não ser aquilo que eu sempre fiz. Eu sobrevivi porque segui ouvindo meu chamado. Quão poderoso é isso? Como eu pude duvidar que no meu caso aquilo que faço é o que no fundo me define?

24/02/2020

- adaptado do meu diário

2 comentários:

Obrigada pelo feedback!

Anne de Green Gables - resenha

Anne de Green Gables é o primeiro volume de uma série de romances de formação escritos pela autora canadense L.M. Montgomery durante o sécul...