sexta-feira, 1 de novembro de 2019

O verdadeiro medo

Meu coração se partiu hoje por eu ter... Me dado conta de uma coisa. Meu maior medo, ao olhar para mim mesma agora e para o que venho produzindo como escritora, é que muito disso é possível porque talvez eu tenha tempo livre até demais. E é agora que eu olho para as minhas palavras e me sinto satisfeita com elas. Temo que a vida interfira nisso. Principalmente considerando que escrever é provavelmente a coisa na qual sou realmente boa, mas do que em qualquer outra área. E de que, talvez na mesma medida, não seja possível que eu viva da escrita. Não aqui.

Traduzir é sim um dos meus chamados, até onde sei. Mas escrever é a chama que sempre queimou em mim. Hilda Hilst escreveu o que escreveu porque desistiu de tudo, exceto do amor. Frustrada porque seu trabalho não foi reconhecido como de fato deveria; porém, viveu quarenta anos de sua vida para escrever, ler, contemplar, pensar... E escrever. Outros fizeram o mesmo pela música.

Não estou dizendo que não faria o mesmo, ainda que esse desejo me ocorra. Apenas temo simplesmente não ter esta possibilidade. É provável que eu tenha decidido publicar meus poemas porque li uma citação de alguém dizendo que, se somos muito bons em fazer algo, deveríamos cobrar dinheiro por isso. E sei que minhas palavras são o melhor que eu posso dar e que o lucro no fim das contas nunca me foi ou será o mais importante neste jogo. Só que... Não sei o que eu faria se o que quer que fosse me impedisse de escrever. Só eu sei o que a escrita fez e faz por mim, o que ela é para mim. Ainda que eu não ganhe um centavo com ela.

05/10/2019

2 comentários:

  1. A melhor maneira de se atingir um objetivo é agir de modo a torná-lo uma natural consequência.
    GK

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