Por que será que nunca usei relógio? Por que será que demorei tantos anos para aprender a ler os ponteiros e para ter noção do tempo em geral?
Será que como negação da mortalidade do meu ser? Como tentativa de lidar com o passar dos dias de forma mais pacífica? Para me dar a ilusão de que nenhum tempo foi perdido, exceto o que já é passado, e que este pode ser recuperado um dia, vivendo-se o que não foi vivido?
Será que olho pouco para os mostradores para que talvez as horas passem mais devagar e eu consiga não pensar demais? Será que os pôres-de-sol pouco me significam ou dizem quando estou com ele porque quando estamos juntos os espaços curtos se fazem casa das eternidades?
Será que lembro tão facilmente de datas por isso ser parte do meu processo de dar sentido à minha vida? Será que para me mostrar que o passado sempre estará presente, mesmo não sendo em muita coisa como eu queria que fosse?
Será que sou assim na tentativa de viver o momento?
25/12/2017
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
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