Meu corpo ainda é jovem e forte, mas sinto que minha alma certamente é frágil e delicada. Às vezes acho que não pertenço a este lugar e muito menos a esta época… Que muito de mim vive um tempo que não vivi, em alguma paragem bem longe de onde estou agora. Olho para mim mesma aqui, tentando me colocar em palavras, trancada dentro de minha mente e de uma casa que nunca saberei se é realmente minha.
E me pego imaginando o que há lá fora, neste mundo tão grande, e o que ele tem a me oferecer. Se um dia poderei chegar perto de entender o que a vida quer de mim e o que posso fazer com ela. Esperando não perder uma das minhas maiores características: a minha esperança e capacidade de ver a beleza das pequenas coisas. O que é que fará com que eu me sinta completa mesmo quando estiver sozinha…
Talvez minha alma seja antiga porque eu preste atenção naquilo que ninguém percebe, dê importância a coisas que poucos ou nenhuma pessoa sequer conhece, fique abismada com a grandeza do universo e insignificância da raça humana. Porque queira deixar um rastro onde passo, nem que seja através das palavras. Por apreciar os instantes de silêncio para ouvir o que meu coração deseja.
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
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