Numa tarde de janeiro
ele me levou dali
porque ninguém mais entenderia
aquelas verdades.
Ele me levou dali
porque o vento quente
me secaria as lágrimas
e sopraria nossas palavras.
Ele me levou dali
porque os bancos de praça
são colos de mãe
para os poetas de boteco.
Ele me levou dali
porque o silêncio da rua barulhenta
é também o nosso
e acolhe a solidão dividida.
Ele me levou dali
porque eu me desculpava
por sempre me desculpar
e por chorar.
Ele me levou dali
porque nos entendemos bem
e ainda melhor quando
somos só os dois.
Ele me levou dali
e me deu coragem
de finalmente vê-lo
e enxergá-lo.
Ele me levou dali
porque eu já vivo presa demais
em mim mesma
e anseio por paz de espírito.
Ele me levou dali
e eu ouvi,
silenciei,
compreendi também.
Ele me levou dali
e por umas horas eu estive em casa;
espero ter voltado pro mundo cruel
alguém melhor.
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Fibromialgia II
Dói O quanto eu quero amar. Como dói o quanto eu quero viver! Muito me dói todo o amor que não dei... e me corrói cada palavra que não disse...
-
Não precisa se explicar, só não cala essa carícia no ar, queimadura doce de bala... Deixemos para depois os erros e acertos dos heróis...
-
Uma coisa que com o tempo percebi ser muito peculiar é a de que, no contexto em que vivo, existe muito contato físico. Como ainda preciso de...
-
O que é rima? Não é apenas palavras de parecidos sons Talvez da inspiração seja prima Ou como um quadro de diferentes tons... Como...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pelo feedback!