A morte levou o meu melhor
Tirou de mim, de repente
A mais bela e viva flor
Que já viveu sob o sol poente.
E assim, desde então
Tento entender o movimento
Que meu Romântico coração
Não aceita como em si mesmo um evento.
A genialidade faz de mim um deus
Que virou a ampulheta da natureza
E do perecido fez outra vida.
Mas também à sanidade deu adeus
Ao contemplar minha baixeza
Na absurda monstruosidade surgida.
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
sábado, 30 de abril de 2016
sexta-feira, 29 de abril de 2016
O frio interno
Depois de dias de um calor fora do normal e chuvas irritantemente quase incessantes, o inverno parece ter chegado mais cedo por aqui. Por um lado é bom, pois traz de volta ao céu, agora azulado como os olhos do rapaz por quem um dia fui apaixonada, o calor do sol, mesmo que o vento
que veio com ele seja gelado. Apesar de eu quase não sair de casa, ter mais luz natural vinda das janelas com certeza é um consolo.
O frio intenso chegou de repente e meu corpo não gostou; meus pés estão mais gelados, acho que já fiquei um pouco doente e sinto mais do que nunca o frio rastejar pelas minhas pernas e penetrar em meu coração, meus ossos. e me lembra de que o vazio que sinto sempre esteve aqui; antes eu
nem tinha consciência dele. Agora que nos conhecemos, às vezes fica mais forte do que eu, como uma fera melhor alimentada assim como a minha raiva, que moram na jaula do meu subconsciente.
Às vezes eu consigo domá-los. E eu outra vez espero sobreviver conseguindo sentir o sangue correr nas veias a outro inverno que nunca poderei amar e que só deixa tudo mais latente.
terça-feira, 26 de abril de 2016
Lembra quando, no Alto da minha arrogância, eu te dizia que tu deverias mudar ou do contrário as pessoas acabariam se afastando? Pois eu não entendia que não faz sentido mudar simplesmente porque alguém disse. Nem que esse é um processo lento e constante. Muito menos que o que eu te dizia acontecia comigo também. Quem sou eu pra falar?
segunda-feira, 25 de abril de 2016
domingo, 24 de abril de 2016
sábado, 23 de abril de 2016
sexta-feira, 22 de abril de 2016
quinta-feira, 21 de abril de 2016
quarta-feira, 20 de abril de 2016
27/12/2014
Se tem uma coisa com a qual eu realmente preciso lidar é a culpa, esta sensação horrível que me mata por dentro a cada dia e que não sei de onde vem.
Com o passar do tempo eu criei uma paranoia que faz com que, por exemplo, eu me sinta culpada por toda e qualquer coisa ruim ou desconfortável que acontece comigo. E ela é só um dos aspectos.
Talvez ela se origine de coisas que eu achava que não me afetavam, mas que na verdade tenha guardado para mim bem no fundo, no meu inconsciente. As pequenas coisas ditas pelas outras pessoas, tipo “você está com x porque deixou de fazer ou fez y ou z”.
Ele está certo. Tenho que fazer uma faxina. Me livrar de todo o lixo e ver o que ainda posso aproveitar. Não posso me deixar afetar tanto assim pelas situações e pessoas. Tenho que amenizar todo este peso antes que ele me ponha no chão.
Com o passar do tempo eu criei uma paranoia que faz com que, por exemplo, eu me sinta culpada por toda e qualquer coisa ruim ou desconfortável que acontece comigo. E ela é só um dos aspectos.
Talvez ela se origine de coisas que eu achava que não me afetavam, mas que na verdade tenha guardado para mim bem no fundo, no meu inconsciente. As pequenas coisas ditas pelas outras pessoas, tipo “você está com x porque deixou de fazer ou fez y ou z”.
Ele está certo. Tenho que fazer uma faxina. Me livrar de todo o lixo e ver o que ainda posso aproveitar. Não posso me deixar afetar tanto assim pelas situações e pessoas. Tenho que amenizar todo este peso antes que ele me ponha no chão.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
A doença das relações
Algumas coisas simplesmente mudam a ponto de se acabarem. E não há muito que, quase sempre, a gente possa fazer por elas.
É, eu acho, como uma pessoa com uma doença terminal que decide viver seus últimos momentos em casa, perto das suas coisas, daquilo que lhe é cômodo e familiar.
O que se pode fazer, no mais, é aliviar a dor quando ela vier, aproveitar o tempo que resta, tentando reter as partes boas que sobrarem e esperar que a Grande Cadela, a Magra, como dizia Erico Veríssimo, venha aprontar a última das suas sacanagens.
Acho que já me acostumei com esse tipo de morte, a das relações. De certa forma, até espero por elas, em alguns casos. O tempo vem com seu hálito de doença e infecta o que parecia imune, incólume. Mas nada escapa da mão do tempo, não é mesmo? De um jeito ou de outro tudo o tem como seu algoz final e definitivo…
O assunto se esvai, os silêncios aumentam, as diferenças maiores se sentam ao sofá também. Isso porque a Vida e o Tempo põem cada um pro seu lado. Em muitas das vezes, primeiro fisicamente, ou não, depende. Depois, o que é mais triste em ambas ocasiões, porque acontece mais devagar e que é mais palpável, as mentes e almas também se distanciam ao ponto de não haver nada além de estranheza e desconforto quando se tenta verificar se a paciente tem chance de melhora.
Claro que muitas vezes os sintomas acabam mesmo negligenciados de um lado ou outro, o que permite que a enfermidade atinja seu pico. Mas de vez em quando, por mais saudável que tenha sido, sua vida é curta e simplesmente expira.
Não posso negar que é triste. Tem coisas que não são mesmo feitas para durar para sempre. Mas nem por isso necessariamente não produzem boas memórias. São essas que prefiro guardar. Quero mesmo é me preocupar com aqueles que ainda não estão doentes e os que não estão em estado grave, para que não piorem. E também os que nasceram em ambientes contaminados. Não deixar que nossas casmurrices nos aborreçam.
Afinal, o que eles precisam e posso oferecer agora e sempre é um cobertor, uma sopa, um comprimido e um cafuné. Se não melhoram de todo, pelo menos não pioram. E até quem sabe renasçam ao receberem um sopro de ar fresco…
É, eu acho, como uma pessoa com uma doença terminal que decide viver seus últimos momentos em casa, perto das suas coisas, daquilo que lhe é cômodo e familiar.
O que se pode fazer, no mais, é aliviar a dor quando ela vier, aproveitar o tempo que resta, tentando reter as partes boas que sobrarem e esperar que a Grande Cadela, a Magra, como dizia Erico Veríssimo, venha aprontar a última das suas sacanagens.
Acho que já me acostumei com esse tipo de morte, a das relações. De certa forma, até espero por elas, em alguns casos. O tempo vem com seu hálito de doença e infecta o que parecia imune, incólume. Mas nada escapa da mão do tempo, não é mesmo? De um jeito ou de outro tudo o tem como seu algoz final e definitivo…
O assunto se esvai, os silêncios aumentam, as diferenças maiores se sentam ao sofá também. Isso porque a Vida e o Tempo põem cada um pro seu lado. Em muitas das vezes, primeiro fisicamente, ou não, depende. Depois, o que é mais triste em ambas ocasiões, porque acontece mais devagar e que é mais palpável, as mentes e almas também se distanciam ao ponto de não haver nada além de estranheza e desconforto quando se tenta verificar se a paciente tem chance de melhora.
Claro que muitas vezes os sintomas acabam mesmo negligenciados de um lado ou outro, o que permite que a enfermidade atinja seu pico. Mas de vez em quando, por mais saudável que tenha sido, sua vida é curta e simplesmente expira.
Não posso negar que é triste. Tem coisas que não são mesmo feitas para durar para sempre. Mas nem por isso necessariamente não produzem boas memórias. São essas que prefiro guardar. Quero mesmo é me preocupar com aqueles que ainda não estão doentes e os que não estão em estado grave, para que não piorem. E também os que nasceram em ambientes contaminados. Não deixar que nossas casmurrices nos aborreçam.
Afinal, o que eles precisam e posso oferecer agora e sempre é um cobertor, uma sopa, um comprimido e um cafuné. Se não melhoram de todo, pelo menos não pioram. E até quem sabe renasçam ao receberem um sopro de ar fresco…
terça-feira, 5 de abril de 2016
Assinar:
Postagens (Atom)
08/12/2024
O excesso de medo não nos faz mais sábios. Ele nos afasta daquilo que é para ser nosso e que, no fundo, sabemos que queremos
-
Uma coisa que com o tempo percebi ser muito peculiar é a de que, no contexto em que vivo, existe muito contato físico. Como ainda preciso de...
-
Não precisa se explicar, só não cala essa carícia no ar, queimadura doce de bala... Deixemos para depois os erros e acertos dos heróis...
-
Olá, meu anjo. Que saudade… Um dia, quero perceber que o silêncio é o bastante para nós. Talvez já seja, não sei. Mas quanto isso, a gente...