sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Anne de Green Gables - resenha

Anne de Green Gables é o primeiro volume de uma série de romances de formação escritos pela autora canadense L.M. Montgomery durante o século XX, mais precisamente, neste caso, 1908.

Este primeiro volume apresenta a protagonista Anne Shirley, de quase 12 anos, recém saída de um orfanato. Sua vida muda para sempre depois que ela acaba adotada por um casal de irmãos e vai morar com eles na pequena fazenda de Green Gables, situada em Avonlea, interior da Ilha do Príncipe Eduardo.

Os 38 capítulos são narrados em terceira pessoa por narrador onisciente que se demora em descrever o ambiente e contar os fatos de acordo com a visão de mundo do personagem em foco - em especial Anne e sua família adotiva, os irmãos Cuthbert. Assim, tendem a apresentar uma perspectiva mais tímida e austera vida dos adultos, e algo muito mais imaginativo, honesto e otimista em se tratando da menina Anne.
 
Os capítulos tratam da adaptação de Anne ao seu novo contexto - do desejo de fazer amigas verdadeiras e ter um lar, passando pelo espírito competitivo na escola, os erros dentro e fora de casa e os desafios de aproximar da idade adulta.

Uma das coisas mais interessantes de se observar é o quanto as pessoas de Avonlea aos poucos são cativadas pelo jeito sincero de Anne, ainda que não consigam acompanhar seu raciocínio ou mesmo que a achem estranha e incorrigível para os padrões esperados.

As longas falas de Anne podem soar cansativas ao público desavisado ou mesmo para quem já tem familiaridade com períodos longos. E pode ser que a tendência a exageros da personagem possa desagradar. Porém, acho que faz sentido para a pouca idade, senso de desprendimento e entrega de Anne aos sentimentos, desejos e experiência.

Considero esta no geral uma história bonita e bem escrita, apesar das partes melosas. A recomendo para quem gosta de ler sobre crescimento, oportunidades, pertencimento e a manutenção de um olhar e um coração o mais serenos e puros possíveis diante dos fracassos e exigências da vida.

08/11/2024

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Elpída

Tell me there will come a time 
when this will be more than a story 
but a thing I feel and have in my body 
way beyond this mind of mine 
 
Tell me that even with every flaw 
I shall get what I deserve
for it is letter of law 
and a wish born in the nerve. 
 
Tell me I'm really gonna be okay,
that I'll change, that I'll expand 
and learn to appreciate the pathway 
that takes to my true homeland.
 
25/10/2024

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Missal IV

Eu verei o que tem de ser visto,
entenderei o que tem de ser entendido,
sentirei o que deve ser sentido,
curarei o que deve ser curado.

Porque posso, 
porque devo,
porque preciso.

E porque tu estás comigo,
às minhas costas, ao meu lado.

Pois tua flecha não erra,
tua mira é certeira,
tua luz brilha mais que tudo
e tua espada é fio de pura chama.

09/09/2024

domingo, 18 de agosto de 2024

Trincheiras

Vem, amigo...
cuida da tua criança,
deita comigo,
não deixa que nada me aconteça.

Dane-se o castigo,
me ajuda a ser inteira com o que me falta
na paz e no perigo
e a matar o que me mata.

É conhecimento antigo
que o homem é digno de dó...
Beija o universo no meu umbigo
e promete não me deixar só?

Perdoa se pelo que digo
parece que nunca vou crescer...
Quem dera fosse outro o inimigo
e as mortes não fossem por um viver...

Mas quando o desejo é antigo
não há outro jeito senão lutar
nem que seja por voz, colo e abrigo
se isso for tudo o que me sobrar...

18/08/2024

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Do aconchego

Colo de esposo
é trono
sedoso -
tudo bem se fazer de bobo.

Colo de deus
é templo
camafeu -
tudo é lindo do lado de dentro.

Colo de mãe
é casa
anciã -
permanece até quando a visão embaça.

18/07/2024

terça-feira, 16 de julho de 2024

Herança

Como a vida é louca
por me dar o gosto
pela tua boca
do mundo escuro e luminoso...

Talvez tenha sido aqui
que o amar e chorar como arte
eu aprendi
e agora, ah, Deus que me ampare!

Pois no tanto que nos é distante
me faltou lábios, me faltou pele,
não houve corpo ou nudez o bastante
para sentir a mim, a nós, a ele...

Não há volta
do que marcou
o fundo da memória
e faz parte do que sou...

16/07/2024

sábado, 1 de junho de 2024

01/06/2024

É de suficiente silêncio 

das profundezas 

que a água da criação borbulha 

e se faz ouvir

Anne de Green Gables - resenha

Anne de Green Gables é o primeiro volume de uma série de romances de formação escritos pela autora canadense L.M. Montgomery durante o sécul...