Minha solidão tem dois lados, lados diferentes; mas com tantas coisas em comum que é difícil saber qual deles me assusta mais.
É como uma moeda.
De um lado, esta solidão que as circunstâncias me impunham. Que a rotina constrói. Cada um tem a sua vida, seus problemas para resolver; muitas vezes o cansaço gerado pelos dias, que afeta a todos que estão envolvidos, impede que a saudade das ausências seja suprimida em presença.
Mesmo para os laços que são sabidamente verdadeiros. Às vezes acho que a solidão vai me enlouquecer, porque aqui, sozinha, entre minhas palavras e pensamentos, me pego questionando o inquestionável.
O outro lado, também ruim, é aquele que ponho sobre mim mesma. O isolamento involuntário guarda consigo o meu desânimo, a minha vontade de sumir. Não sei muito bem como lidar.
Eu só queria pegar minha solidão e dançar com ela.
Letícia Bolzon Silva; graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário UNINTER e Especialista em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Escritora de prosa e poesia, redatora e tradutora freelancer.
quarta-feira, 24 de maio de 2017
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