terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Os paradoxos da consistência

 Faz tempo que não posto por aqui, não é verdade? Faz um tempo que não apareço no Instagram também, mesmo tendo ambos pelo bem do meu trabalho.

Também é verdade que tenho problemas de consistência em continuar e terminar aquilo que começo. É só olhar para os cursos que ainda estão pendentes e o frenesi em que costumava produzir conteúdo nas redes, até parar.

Isso se aplica a várias áreas da minha vida, e não adianta eu fingir que não é assim há vários anos. O meu relógio interno não funciona do mesmo jeito que o que mede o tempo dos dias, meses e anos. Chega uma hora em que eu perco o foco, a energia ou os dois.

Mas o outro lado da minha moeda quando se trata do uso das redes como marketing pessoal é que, sendo bem sincera, isso me cansa. Já dei entrevistas, uso meu blog como arquivo da minha escrita e tudo mais, mas aparecer não me apetece.

Sendo escritora, meu trabalho é escrever, acima de qualquer coisa. E é pela escrita que mais consigo me expressar. Não me agrada enxergar a internet como um lugar onde eu devo estar presente toda hora como uma obrigação e tentar parecer legal e relevante para que a minha escrita possa atingir mais pessoas.

A consistência na internet leva a sucesso a longo prazo? Sim. Muitos autores novos hoje em dia são alcançados por leitores e editoras maravilhosas porque se arriscam a postar seus textos? Com certeza.

Autores independentes merecem perder o tanto de tempo que perdem tentando se vender sozinhos? Não. As editoras devem deixar quase todo o aspecto da divulgação de livros na mão do autor? Mil vezes não!

Cada vez mais invejo escritores que conseguiam vender sem ter que dar muitas entrevistas ou mesmo nenhuma. Quando a escrita dessas pessoas importava mais do que tudo. Outros além de mim têm pavor de serem obrigados a ter presença digital só porque a editora mandou.

Vendo esse tipo de relato, olhando para a minha própria realidade, para a função primária das mídias sociais e do marketing como campo de atuação, a minha conclusão outra vez é que as minhas contas preferidas e que me dão mais retorno são as que uso apenas por diversão, sem me preocupar com frequência e muito menos com se o meu conteúdo vai ter "engajamento".

Talvez a chave seja essa para todas darem certo. Postar o que acho certo e o que gosto, quando me der vontade, e em cada uma fazer isso do jeito que elas permitirem e que fizer sentido para mim. O que vier é lucro.

14/02/2023

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