Escrevo desde que consigo me lembrar e desde antes de entender o que estava fazendo ou o que eu dizia. Era e é de certa forma automático colocar no papel o que me passasse pela cabeça sempre que houvesse a oportunidade… E isso em parte forjou quem eu sou hoje.
Isso não mudou quando desenvolvi ansiedade e depressão. Muito pelo contrário, só se intensificou. Foi quando questionei absolutamente tudo e enfrentei uma das piores épocas da minha vida que eu me agarrei a tudo o que me restava e hoje percebo ser o que tenho de mais valioso.
Por me sentir sozinha, eu escrevia. Por me sentir um fardo e um fracasso, eu escrevia. Ainda que estivesse exausta, eu escrevia. Mesmo tendo largado tudo e estivesse estudando para um vestibular que não fiz, eu escrevia. Preferia escrever a fazer qualquer outra coisa, na verdade.
Escrevia para me ocupar. Escrevia porque não sabia que tinha tanto a dizer. Escrevia para entender o que acontecia comigo. Vi minha poesia mudar, ficar curta, grossa, perder o enfeite, ficar calculada e ao mesmo tempo sem rumo. Aprendi sobre ser brutalmente honesta. E é por isso que ainda estou aqui.
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