te revela
na primavera
e te consagra
no verão.
se te aprouver,
escuta o chamado,
vem delicado,
enrodilhado,
curvado
sobre o dorso do que te foi reservado
e dizem ser depravado
no que lhe é desejado
e, assim, sejas elevado.
faz a ele tua saudação
e escreve nele teus bilhetes
de amor entre os filetes
desta terra alheia
que, como areia,
os conserva
no seu desfazer
em canção.
faz destas raízes
de solo pela tua mão
revirado
teus tapetes
de oração
onde, sem posses,
a testa encostes,
e dos nomes
sussurrados
que moram no coração,
de reis, princesas
e coisas tão puras
quanto as tuas juras,
as minhas presas
e nossas garras...
entre talvezes,
se assim quiseres,
tenhas mais que uma religião.
23/01/2021
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