quinta-feira, 5 de julho de 2018

Do que se faz pela felicidade

Talvez a felicidade seja mesmo sagrada... E o seja por ser tão única para cada um, e parecer a um só tempo algo que só pode ser idealizado e algo que está perto o suficiente para ser tocado; possivelmente até óbvio para os olhos e nem sabíamos disso. E, será que quem atinge o que considera como felicidade segue querendo mais, ou vive quietinho sem buscar mais nada?

Será que este é um dos casos em que o que conta mais é a busca do que o resultado? Mas e como vive quem não o consegue – mesmo que seja personificado em algo considerado pequeno? Valeu viver apesar de tudo isso?

Cada vez mais acho que o que me mantém viva seja a minha vontade de ter como pessoa mais do que tenho hoje. Porque eu mereço, simplesmente, e se eu posso ser melhor, por que não ser? Pelos outros, e principalmente por mim. Seja a vontade de fazer algo no qual possa me reconhecer; olhar para mim mesma e saber que sou tudo o que posso ser. E para isso preciso trabalhar duro de muitas maneiras, eu sei...

Sei quando dou tudo de mim no que faço; sei quando poderia ter feito mais, mesmo não tendo acontecido. Em especial quando a “hora da verdade” chegar para mim e eu ter que dar minha cara a tapa me virando sozinha porque não haverá outra opção, quero poder encontrar o equilíbrio. Fazer o que precisa ser feito com o melhor de mim, mas sem me cobrar demais. Apesar de e com tudo o que me falta, confiar em mim mesma... E também não ter medo de pedir ajuda de vez em quando.

Talvez a felicidade para mim seja olhar para o que quer que eu conquiste e me sentir preenchida. Não só porque o mundo exigiu aquilo de mim de um modo ou outro, mas porque foi algo que eu desejei. Se não vem de mim, não tem a mesma graça. E por mais que me doa, não posso ficar pensando no que perdi. Não vai me ajudar em nada! Seja o tempo, seja alguém, seja uma sensação. Só o que me resta é o que ainda pode e merece vir; com a ajuda da vida e também do meu trabalho.

Talvez o tanto que eu queira, precise e mereça na verdade tenha a proporção de muito pouco, mas pareça grande aos meus olhos pelo seu significado. E são coisas que tanta gente também quer...

Talvez tudo isso, que não deixará de ser um bolo enorme de coisas diferentes que (tomara) só aumentará, seja a fagulha que ilumina tudo e dá o sentido. E esse pequeno grande bolo aumentará porque ainda sou curiosa; sem curiosidade não se vai atrás de nada novo, mesmo que seja daquilo que mais se deseja e que se conhece tão bem. Mesmo que seja por um método novo de se chegar onde queremos.

Que bom que ainda me resta isso.

Talvez felicidade seja tudo o que me deixa confortável, e também desconfortável num bom sentido. Seja tudo o que me permite ser tudo o que sei que sou e que talvez ainda nem saiba que seja. Tudo o que me faz vulnerável e ao mesmo tempo forte, que me faz mais humana e não apenas um pedaço de carne que ocupa espaço e tem a sensação de que incomoda os outros, de que algum pedaço de si está faltando.

05/07/2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo feedback!

Anne de Green Gables - resenha

Anne de Green Gables é o primeiro volume de uma série de romances de formação escritos pela autora canadense L.M. Montgomery durante o sécul...