sexta-feira, 29 de março de 2013

AOS POUCOS

Que aos poucos surjam sorrisos no rosto
dos que hoje choram por dores
impossíveis de explicar.
Que a justiça seja feita
para que quem se foi
possa evoluir e descansar.

Que as feridas abertas que hoje sangram
por mais que de verdade nunca se curem
um dia parem de tanto latejar
e possam ao menos um pouquinho cicatrizar.

Que aos poucos a ausência sofrida
se torne lembrança de uma vida
que mesmo cedo ceifada
inutilmente sufocada
certamente foi bem vivida.

Que aos poucos os que ficaram
lembrem-se de que agora está tudo bem
cada um deles, à sua maneira, lhes olha
de um ponto bem mais além
e nunca lhes abandonarão.

Que aos poucos surja um mundo melhor
em que ainda existam boas lembranças
perduram os sonhos e verdadeiro amor
poesia e violões para tocar
com novas esperanças.

Que aos poucos, nas rodas de mate
em que nos contamos os causos
ainda sintamos a parte boa da saudade
sabendo quem somos de verdade
e que além de dividir a cuia
eles e nós ainda andamos os mesmos passos
embora de maneiras diferentes, sem deixarem de nos amar.

Feitoria

Tu me pintaste de ouro com asas de anjo, aura de santa sem um pingo de desaforo me viste em grandeza tanta!   Tu me chamaste dourada, luz de...